
A safra de 2009 do Rio foi um completo equívoco. E é até revoltante ver que foi a pior da década quando não precisava ser. Pelo contrário, poderia ser uma das melhores.
Mocidade, Beija-Flor e, sobretudo, Salgueiro poderiam fazer história no carnaval. Possuiam verdadeiras antologias em suas eliminatórias e deixaram passar. Desprezaram sambas que até hoje fazem sucesso e são muito mais lembrados do que os que foram pra avenida. Esses sambas terão destaque numa postagem que farei em breve. E além de não escolherem aqueles que seriam os melhores sambas do ano, apostaram em obras medíocres, que não chamam atenção. Salgueiro e Beija-Flor ainda ficaram com as duas primeiras posições na classificação, ressaltando a derrota do gênero samba-enredo hoje em dia. Além delas, Imperatriz e Portela também tinham melhores opções do que as composições escolhidas. Os sambas de Viradouro, Grande Rio, Vila Isabel e Porto da Pedra não são ruins mas também não tem grandes atrativos, passando em branco quando se pensa nos demais sambas de cada escola. Como um oásis no deserto, o samba do Império Serrano, reedição de "A Lenda das Sereias", surge para balancear um pouco o nível da safra.
Entre os sambas inéditos, dois destaques. O da Mangueira, vencedor do Estandarte de Ouro, conseguiu o feito de ser bastante lembrado até hoje. Apesar do enredo batido, sobre a formação do povo brasileiro, conseguiu aliar uma bela letra a uma melodia empolgante e dois refrões muito bons.
E o melhor do ano, na minha opinião, é o da Unidos da Tijuca. Um samba pouco reconhecido e praticamente esquecido mas que tem muitos atributos. É bastante lírico, diferente do que a escola vinha fazendo, com boas soluções para algumas passagens e momentos de muita inspiração. Com uma melodia dolente, bastante adequada à voz de Bruno Ribas, e explosiva nos refrões, é um dos melhores momentos da fraquíssima safra de 2009.
MANGUEIRA - 2009
Pior que muitos sambas dessa safra, foi a gravação do CD! péssima!
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