quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Unidos da Tijuca



Todas as noites vocês voltam. Arrastam-se até aqui, pagam, entram e, em pouco tempo, estão rezando para sair. Mas não há como desistir. Depois que embarcam, não têm mais forças para levantar antes de chegar ao final. Precisam saber como tudo vai terminar ou nunca mais encontrarão tranquilidade. Serão incapazes de permanecer sozinhos, tremerão a cada ruído, perderão os sentidos, vagando durante noites de pavor. Então, venham...

Entreguem suas almas, descubram suas fraquezas, encontrem o fim. Todos têm o mesmo rosto: a boca trincada, os olhos de espanto, as mãos frias, o medo de atravessar. Retorcem seus corpos nos assentos, não conseguem se mexer, sair do lugar, enfrentam cada etapa. Querem o escuro e o silêncio. Estão imóveis, apavorados, indefesos. A expressão de horror acompanha o choro, o lamento, o grito, o grunhido, a explosão, o ruído, as máquinas de destruição. A ameaça pode assumir qualquer forma. Pode estar em qualquer lugar. Alguns virão para defendê-los. A maioria virá para destruí-los...

E, através dos séculos, o desejo da conquista espalhará luta e sofrimento. E o mundo se dividirá entre os homens da guerra e os homens da paz. Algozes e vítimas. Senhores e escravos. Não importa onde: nas aldeias, nos campos, travam batalhas que derrubam corpos nas areias e pelas cidades; na Terra ou em outros planetas. Virão de todos os lugares. E vocês permanecem assim: assistindo a tudo, vendo cada cena e se emocionando. Segurando a espada e sentindo a dor do ferimento, a tristeza da perda, o temor do próximo ataque. De onde virá? Forças estranhas vêm do além, seres fantásticos atravessam o espaço devorando planetas. Nada sobrevive ao seu poder devastador.

Vocês presenciam o inabalável ataque das trevas, sofrem com a tragédia da miséria humana, temem os espíritos furiosos, suportam o sofrimento da incerteza, a dor da mentira, a angústia do preconceito. Esperam por aqueles que serão capazes de combater as injustiças, transformar cordeiros em leões, caçar os fantasmas, conceber mirabolantes planos de fuga ou, simplesmente, exercitar o direito à liberdade, transcender limites, explodir fronteiras. Perseguir seus desejos a qualquer preço, em qualquer lugar. Mesmo que isso se torne uma obsessão por devorar suas vítimas. Transformar algozes mercenários em covardes, diante do temor de um reencontro. Ou defensores da vida, em vítimas da ganância de covardes. Destemidos? Sim, mas até quando...

Talvez se vocês tivessem escolhido uma vida mais tranquila, no campo ou numa cidadezinha do interior... Será? Cada um colhe o que planta. E esse pode ser o começo do fim. Não adianta se esconder, ele vai te encontrar. E pode ser onde menos se espera. Nas brincadeiras divertidas da infância, na entrega ao riso fácil quando se desarmam as defesas. Na procura pelo segredo que jamais deveria ter sido revelado. Cuidado, lá se esconde o terror. Como se livrar dele?

A maldição, para alguns, deve arder na fogueira. Para outros, é preciso punir o mal, enfrentando aqueles que causam tristeza, morte e dor. Não importa. Herege ou bruxo, demônio ou santo, quem encontrar a resposta poderá ser a próxima ameaça a ser controlada.

Estão com medo... Por que ainda temem, se já embarcaram e não há mais nada a fazer? Já sentiram isso antes? Certamente, porque aqui estão. Então, prossigam... Vençam suas batalhas, enfrentem suas assombrações. Mas sem esquecer que elas voltam, sempre voltam... Por mais que vocês tentem se livrar, elas querem vingança e não desistirão. A maldição nunca será vencida, ela não termina, ressurge quando já não mais se acredita que possa existir. Vocês podem até se esconder e rezar. Mas não vão escapar. Quando a extinção termina, o desafio começa. Seres pré-históricos, violentos, abomináveis. Tenham medo, porque esse pode ser o último mergulho... Talvez eles sequer estejam vivos. Muito além da morte e da imaginação, haverá uma aventura que viverá por toda a eternidade. Sobrevivam a ela, se forem capazes. E, se não forem, peçam ajuda.

Podem acreditar que estarei sempre ao lado, espreitando... Aguardando o momento em que, exaustos, vocês desistirão. E se entregarão, sem luta, à impossibilidade.

Não sentem a brisa quente e o perfume delicioso dos frutos, só o calor sufocante? Desejam o descanso da longa travessia? Sofram, então, porque não é possível voltar. Esta viagem não tem retorno. Em pouco tempo, sentirão o peso dos grilhões, a dor da chibata, o sofrimento do exílio, o desejo pela liberdade.

Mas o que está acontecendo aqui? Não me obedecem? Por que continuam a resistir, se não haverá um só homem de pé que possa testemunhar tanta bravura? Todos irão comigo e desaparecerão. Novos tormentos virão, crueldade, ignorância, estupidez. Não querem aceitar o domínio? Não desistem jamais? Lutam contra a opressão, querem voltar para casa? Caminham juntos, aos milhares, aonde irão? Não percebem que não adianta? Ninguém voltou jamais, acreditem! Que força é essa a que assisto sem nada poder fazer? Como trazê-los de volta ao pesadelo? Pareciam tão frágeis ao menor sinal de tempestade, e, no entanto, renascem! Afinal, o que os assusta realmente? Pareciam mortos de medo, incapazes de reagir e, agora... Como ousam? Me enganam e zombam de mim? Para onde estávamos indo? Não podemos mais voltar porque, enfim, chegamos. Aqui estamos. Esperavam por nós.

E vocês se divertiam comigo esse tempo todo, não? Então, me enganavam? Mudavam sem que eu percebesse? Só agora entendi que me conduziam, faziam de mim personagem de um filme em que eu não poderia decidir o final. Nas telas ou na vida real, dominam a arte do começo sem fim. Recomeço. Aí estão, deixando para o futuro a ousadia de um passado sem medo. E, a cada ano, surgem novos personagens, novas histórias de lutas e glórias. De simplicidade e força. Porque têm a certeza de que o que está na outra margem é mais um motivo para eternizar a vida. A história de um povo de coragem, que possui o surpreendente poder de se reinventar. Fim?

Paulo Barros
Isabel Azevedo
Ana Paula Trindade
Simone Martins

Sinopses 2011 - Unidos do Jacarezinho



Você só acredita no que vê?

Não pense dessa forma, pois saiba que ao seu redor existe um reino de amor, com criaturas adoráveis prontas para te dar carinho e te compreender. Ás vezes elas podem até te assustar, mas tenho certeza que você vai gostar de viajar comigo e conhecer os encantados!
Abra o coração, deixe sua imaginação te guiar, e viaje com nosso tema conhecendo esses seres que até agora você não acreditava - ou até duvidava - que poderiam existir. Pois bem, volte para sua doce inocência, reflita com a nossa natureza e acredite no que vamos encontrar!!

É da própria natureza a essência de todas as crenças e religiões! Só conseguiremos alcançar o Divino quando respeitarmos a natureza e nos unirmos à beleza de sua criação. Uma simples caminhada em parques que possuam muito verde, já nos dará sábios ensinamentos. O ato de nos banharmos em uma cachoeira ou em mar aberto, faz com que fiquemos mais perto da luz da criação!

Se tiver oportunidade, sente-se no topo de uma colina e contemple os campos e bosques, ou mesmo mergulhe em um mar calmo e sinta a energia da água que faz mexer com a energia humana. Deixe então sua mente voar livre para um outro tempo, outro espaço ou local onde existem seres que mesmo que não possamos ver, sentimos a presença! É fácil! Vamos tentar?

Entre num jardim de lindas flores, num bosque de árvores coloridas, ou em um parque com lindos campos bucólicos. São nesses lugares mágicos que elas existem ou se escondem. São nesses incríveis lugares que encontraremos as fadas!

Maravilhosas, telúricas e iluminadas, pequeninas, coloridinhas e formosas de beleza sem igual. Seres femininos dotados de poderes sobrenaturais, as fadas são encantadas da natureza, da família do elemental ar! Fisicamente, aparecem sempre com traços de uma linda e jovem dama, ricamente vestida com trajes translúcidos e asas transparentes. Uma varinha mágica com estrela na ponta é o símbolo de seus poderes. Ainda é dotada de uma sedução, a qual mortal nenhum pode resistir!

Quer agradar uma fada ou conseguir algo dela? Coloque em uma pedra ou bandeja de prata, cristal, quartzo ou lunária um pouco do que elas adoram: gengibre, mel, leite, bolos, balas, biscoitos e sucos. Elas também apreciam essências fortes como canela e pinho. Dê de comer a elas sempre realizando um trato. Antes de conceder-lhes o alimento, diga:

"O que é meu é seu. E o que é seu é meu". Peça então para que elas tornem sua casa um lugar alegre e diga que sempre serão bem-vindas. Assim você as terá sempre ao seu lado!

As fadas também têm o poder de abençoar os campos, curar doenças e atrair boa sorte!! Que as fadas nos tragam sorte e nos iluminem, então. É fácil, basta desejar!

Agora sonhe. Deixe seu sonho te levar para bem longe e viaje com a gente nesse mundo dos pequeninos seres da floresta, entre cogumelos gigantes e arbustos de jardins, é lá que eles moram. Se precisar de ajuda, não se rogue em chamá-los pelos nomes, tem gnomo ou duende da saúde, do dinheiro, da harmonia, da sabedoria, da paz, do amor... Mas não esqueça de agradecer-lhes com pastéis de mel, pão de centeio, leite, nata e cerveja preta ou branca. Eles gostam e sempre ficam muitos felizes com as oferendas!

Lembre-se que você deve acreditar que eles existem, para que as suas preces sejam atendidas! Feche os olhos, respire lentamente tentando entrar bem devagar na mesma freqüência da natureza vibrante! Sinta o cheiro das matas, os sons dos ventos e toque devagarzinho nas árvores. Assimile o calor aconchegante dos raios de sol e em seguida chame os amiguinhos pequeninos para que os seus desejos sejam realizados! Quem sabe se com a ajuda deles você atravesse o arco íris e encontre seus potes de ouro escondidos por lá! É fácil e você conseguirá!

Já chega a noite e a lua é cheia! E é verdade que as bruxas andam soltas nas belas noites de luar, fazendo rituais bruxólicos e espalhando encantamentos fascinantes! Geralmente é uma mulher velha, caquética que manipula com maestria a magia negra. Tem também uma gargalhada de arrepiar!

É uma senhora de idade avançada, de vestes escuras e de hábitos noturnos, que voa sentada em sua vassoura de palha, dando pulinhos e gritando sobre as casas dos meninos sem educação. Conhecem bem a natureza e fazem uso de alguns elementos dela para suas poções mágicas, fazendo qualquer um se enfeitiçar!

"Simzalabim, não olhe pra mim!! Pois te transformo de príncipe em sapo, sem nunca mais ter fim!!". Praguejavam as bruxas nos seus feitiços.

Não fique com medo, não tem gato preto, nem noite de lua cheia que nos faça parar por aqui! Vamos enfrentar essas bruxas e continuar nossa viagem até o fim! É fácil, é só confiar!

Andamos um pouco mais e chegamos às montanhas onde encontramos os elfos. Criaturas geralmente jovens de grande beleza que vivem nas florestas mais altas, sob a terra, em fontes e montanhas. Foram retratados como seres sensíveis, de longa vida ou imortalidade, com poderes mágicos. Eles tem estreita ligação com a natureza e geralmente são ótimos arqueiros. Os elfos também são chamados de Vanir ( deuses da fertilidade ).

Para ver um elfo, você deve espalhar folhas de espinheiro em um círculo e dançar dentro dele sob a lua cheia - ele aparecerá. O dançarino deve ver o elfo e dizer : "Pare e me dê a bênção!", antes que ele fuja. O elfo atenderá ao desejo no ato da dança! É fácil, é só acreditar!

Entrando nas matas fechadas e deixando sua mente vagar, você pode encontrar bem em cima do rodamuinho um saci pererê. Moleque levado que só faz aprontar, com seu gorro vermelho e cachimbo na boca, lá vai o neguinho, que vira e mexe futrica e esconde coisas. Se você o capturar, ele seu servo será. Curupira, Boitatá e Caipora, também são encantados que fazem parte da cultura indígena brasileira. Lá na Amazônia, por entre florestas e igarapés você nem sonha o que ainda pode encontrar. É fácil, é só você viajar!
Chegamos ao mar e bem próximo vemos suas fontes formadas por rios, cachoeiras e cascatas. É nelas que habitam as lindas sereias de encantar! São tão lindas e cantam com tanta doçura que atraem os tripulantes dos navios que passam por lá. São capazes de fazê-los colidir com os rochedos e afundar!

As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade. Mulheres lindas, metade peixe que se banham em rios e cascatas. Com seus encantos e mergulhando vão nos levando para as ondas do mar.

Iara,Uiaras, mães d`água, rainhas meninas, ninfas das águas com dom de cantar. O mar ou rios viram espelhos que refletem suas belezas que fascinam. Mas ainda há tempo de escapar...É fácil, é só não escutar!

Chegamos no final da nossa viagem, que termina com um desejo de quero mais. Os encantados são seres imaginários que vivem na natureza e não só podemos, como devemos acreditar.

Fizemos um caminho de conhecimento a esse mundo encantado, dando sombras para nossa imaginação lá nas profundezas do nosso inconsciente! Sempre que desejar sair do mundinho certinho da vida, é só se entregar à natureza, num movimento de contemplar! Não custa nada e ainda nos encontramos com o Divino, mantendo viva a arte de cultuar.

Vamos viver a vida felizes. É fácil, é um simples ato de preservar!

É preciso pirar!

Eduardo Gonçalves

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Império da Tijuca



JUSTIFICATIVA

Era uma vez o desejo de criar roupas diferentes. Fantasias. Fantasias únicas, cheias de histórias, encharcadas de sorrisos e abraços. Fantasias que trouxessem notícias de todo o mundo e de sua gente. Fantasias que representassem atos e datas. Que mostrassem motivações religiosas ou apenas contassem fatos históricos que tenham marcado a vida e a memória do povo.

De todas as manifestações culturais existentes pelo mundo, o Carnaval é, certamente, o evento que se realiza em quase todos os cantos do planeta com maior divulgação e participação popular. Festividade singular e multifacetada onde esses trajes ganham vida, impregnados da cultura de quem faz, participa, assiste e se diverte.

Não apenas pelas características da festa, dentre as quais a alegria e a beleza são as mais constantes, que o Carnaval faz parte dos calendários de tantos, tão diferenciados e mais distantes povos. Também é, porque funciona como uma necessária "válvula de escape" da vida cotidiana, em que as pessoas procuram esquecer, nesses poucos dias, a dura realidade para entrar num mundo de sonho e fantasia, onde as brincadeiras, as danças, os cortejos e diversas outras manifestações momescas são permitidas e apreciadas, sendo, então, a ordem reinante.

Era uma vez o desejo de construir uma história em permanente transformação, embalada por muita folia e festança. Uma história que carregasse a alegria de brincar dos festejos populares e a riqueza cultural de muitos povos.

Muitas surpresas e expressividades autênticas apareceram ao longo dessa busca. Muitas roupas, fantasias, muitas músicas, muitas danças...

Percebemos, ao longo desse caminho, que a valorização da cultura e da identidade de cada povo é o fator predominante que torna possível a reunião de modos tão diversificados de comemoração e de realização do Carnaval. Podemos, portanto, afirmar que, através deste festejo mundial, as sociedades conseguem mostrar a sua cara, a sua essência, os seus traços culturais, históricos, sociais e, sobretudo, artísticos.

Ao olhar o caminho trilhado pelos diferentes carnavais, notamos o cuidado de mãos curiosas ao confeccionar cada peça, cada detalhe, cada modelagem, cada fantasia. Notamos também a existência de intensa pesquisa que permeia o processo de criação de gestos e ritmos, de forma personalíssima e encantadora.

O giro maravilhoso, alegre e envolvente de nossa coroa imperial dará o tom deste carnaval numa viagem pelas manifestações artísticas carnavalescas, mostrando que no mundo todo tem Carnaval e o Carnaval do mundo todo estará representado alegoricamente neste nosso carnaval, reverenciando a diversidade da cultura dos povos com a qual a Império da Tijuca se vestirá em 2011 para encantar a Sapucaí.

1º SETOR
"O COMBATE ENTRE O CARNAVAL E A QUARESMA"

De forma bastante rudimentar, na Idade Média europeia, as pessoas já se divertiam pelas ruas no período carnavalesco, incentivadas a partir da instituição indireta do Carnaval pela Igreja Católica, a qual determinou à população a proibição dos prazeres mundanos durante quarenta dias, a quaresma, em referência aos dias de penitência de Cristo no deserto, para dedicarem-se somente à reflexão espiritual.
Antes de iniciar essa difícil abstinência aos deleites proporcionados ao corpo, o povo começou a realizar festas em que imperavam a comilança, a bebedeira, as cantorias e outros divertimentos considerados pecaminosos. Mãos em movimento, partilhando, dividindo e criando coletivamente o brincar carnavalesco.

Os jovens, reunidos, formavam as Sociedades Alegres, saindo às ruas para festejar o Carnaval medieval com espirituosas brincadeiras, conhecidas como Charivaris. Uma dessas brincadeiras satíricas tinha como alvo de zombaria os casais com características díspares gritantes e as tristonhas viúvas.

Alegria do povo em desconstruir e transgredir a realidade social. Folia de brincar em uma imensidão de descobertas, desfiando e tecendo sonhos e desejos secretos e coletivos para serem partilhados publicamente.

Um dos mitos mais conhecidos desse período histórico está na crença da existência de um lugar de excessos onde era sempre Carnaval, o País da Cocanha, terra imaginária na qual seus habitantes tinham fartura de comida e bebida além da tão desejada eterna juventude.
Até hoje esse imaginário de desregramento e abundância dos prazeres está presente nas celebrações carnavalescas de diversas cidades no mundo inteiro. Este lugar fantasioso e a imagem alegórica do Combate da Dona Quaresma contra o Senhor Carnaval, que mostram bem o imaginário carnavalesco medieval, foram registrados, para nossa sorte, na célebre pintura de Pieter Bruegel.

A ideia de aproveitar a vida no período carnavalesco era tanta que a nobreza, para poder participar dos festejos, passou a se disfarçar usando máscaras para se misturar ao povo, num ambiente que afaga, instiga e convida ao aguçamento dos sentidos, da convivência pacífica e de permissão à alegria de viver.

Desde então, a cidade de Veneza, na Itália, ganhou fama e tornou-se um dos carnavais mais procurados por turistas, que ficam fascinados com a tradição e o romantismo peculiar do local, com foliões usando trajes de séculos passados, adornados por lindíssimas e variadas máscaras confeccionadas por artistas vienenses.

Com o propósito de organizar uma diversão diferente, composta por carroças enfeitadas de flores transitando pela rua principal e por passeatas de cidadãos mascarados, foi criado no século dezoito por burgueses locais, o também famoso e emblemático Carnaval da cidade Viareggio. Com o tempo, os carros alegóricos articulados, feitos de papel-machê retratando caricaturalmente políticos e outras personalidades, foram ganhando espaço e hoje são apreciados como obra de arte carnavalesca da cultura italiana.

Assim, o convívio prazeroso próprio do Carnaval imprime, em qualquer época, ao acervo de fantasiados e de alegorias um caráter único que o faz pertencer a muitos e a cada um, sem perder o caráter artístico que traduz a cultura de cada povo.

2º SETOR
CARNAVAIS DE INVERNO

Também remontam de tradições seculares, carnavais de algumas cidades de clima frio. Nesses lugares, a roupa que antes somente protegia e aquecia a pele dos habitantes passa a ter a função, nesses dias, de inserir os indivíduos no contexto do divertimento coletivo, já que o frio contribui para o uso de fantasias, numa espécie de conexão social ritualizada.

Na Alemanha, acontece um dos carnavais mais antigos do mundo, na cidade de Colônia, fundada pelos romanos e situada às margens do rio Reno. A festa carnavalesca, que começa tradicionalmente às onze horas e onze minutos, é regada a muita cerveja e música e conta com milhares de foliões fantasiados de todas as idades. Durante os cortejos, costumam ser atirados ao público, que carrega sacolas para guardar os presentes ofertados, muitos doces, flores e quinquilharias para todos os gostos. Além dos bailes à fantasia, um dia é reservado às brincadeiras das mulheres, que cortam as gravatas de seus maridos e colegas de trabalho, marcando a simbólica tomada do poder feminino.

Várias cidades pelo mundo conseguem mobilizar seus moradores para a construção da festa carnavalesca. Em Binche, um pequeno vilarejo da Bélgica, o Carnaval se instala por sete semanas, por causa dos eventos relacionados que antecedem os dias principais da folia. Com uma tradição do século quatorze, o divertimento dos habitantes está em apresentações musicais e danças típicas e, como ponto alto, a marcha dos palhaços Gilles pelas ruas da cidade, vestidos com roupas de cores vibrantes, usando máscaras de cera, tamancos, e carregando cestas de laranjas que são atiradas no público que os assiste.

Nessas regiões, os moradores têm o hábito de preservar suas tradições culturais, porque elas guardam sua memória, sendo também formadoras de suas identidades. Em Basileia, na Suíça, as pessoas saem às ruas estreitas durante o dia e em altas horas da noite para festejar o feriado, com bandas animando os foliões fantasiados, usando máscaras com caricaturas engraçadas, formando um belo cortejo. É comum ainda alguns grupos saírem cantando e representando pelos bares, enquanto outros brincam fazendo barulho desordenado. Nesses dias festivos, o inverno rigoroso suíço é substituído pelo calor dos brincantes que tomam a cidade com sua infinita empolgação.

Por falar em tradição, transformar gelo e neve em motivo de diversão e de congraçamento entre as pessoas é característica marcante de povos que vivem em regiões glaciais. Para comemorar o Carnaval, desde o século dezenove, a cidade de Quebec, no Canadá, realiza, durante dezessete dias, atividades desportivas e artísticas, como corrida de canoa e de trenós, exposições, shows, desfiles e concurso de esculturas. Dentre tantas atrações, neste festival, destacam-se um palácio de gelo iluminado e um gigantesco boneco de neve, construídos anualmente para encantar turistas e crianças do mundo inteiro.



Na Riviera francesa acontece um dos carnavais de inverno mais antigos e animados, com desfiles diários, batalhas de flores e de confetes, concertos e apresentações teatrais de rua. Em Nice, por três semanas, o folião se esbalda na arte de brincar o Carnaval, participando de uma série de atividades divertidas, apreciando desfiles de carros alegóricos decorados com flores perfumadas e lindas mulheres, personagens usando trajes extravagantes, marionetes, palhaços, trupes de samba e show pirotécnico que ilumina a mágica cidade banhada pelo mediterrâneo.

3º SETOR
CARNAVAIS CALIENTES

Colonizado pelos europeus, o continente americano contém marcas da tradição de povos nativos ancestrais e de elementos que foram sendo incorporados pelos povos que hoje habitam estas regiões.

Muitos países latino-americanos fazem do período carnavalesco uma ocasião para mostrar e revitalizar sua cultura, cuja ênfase está no uso de coloração intensa, com apresentações de grupos folclóricos, bandas de música, trupes mambembes, concursos, bailes, danças típicas e desfiles de cortes que podem acontecer simultaneamente em várias partes do país, com muitas outras atrações diversas.

A predominância do colorido e de desfiles totêmicos, feitos com o uso de flores e frutas e esculturas de animais diversificados como adorno das peças mostradas nos desfiles é bastante realçada nos carnavais latinos. Em Guaranda e Ambato, no Equador, acontecem festivais de flores e frutas e aparece também a figura demoníaca em forma de fantasias.

Já na República Dominicana, a população se diverte, nesses dias, fantasiada de diabo coxo, correndo pelas ruas para assustar as pessoas com chicotes e açoites de bexigas, usando capas e ricas máscaras em forma de animais ou rostos deformados. Outra variante de brincadeira carnavalesca dominicana é o Roubo da galinha, que consiste em um personagem caricato fantasiado, com seios e traseiro abundantes, que passa pelas ruas pedindo doces ou dinheiro aos comerciantes locais para seus filhotes, que são os jovens que seguem a procissão cantando quadras repetidas.

Durante os meses de Janeiro e Fevereiro, a cidade de Gualeguaychú, na vizinha Argentina, se veste de festa para brindar um dos espetáculos mais esperados da região: o carnaval. Capaz de congregar milhares de entusiastas que desfrutam do brilho, da alegria, da emoção e do ritmo das comparsas que desfilam no corso local. Durante o percurso, os foliões experimentam e sentem o verdadeiro sentido desta majestosa festa, liberando-se das ataduras sociais e culturais que organizam a sociedade contemporânea. A cultura indígena é acentuada nessas manifestações populares e alguns grupos carnavalescos possuem nomes de antigas tribos de índios.

O destaque do Carnaval do Uruguai está na apresentação de grupos teatrais centenários chamados de murgas. Em geral, as murgas são compostas tradicionalmente por homens que se vestem com roupas inspiradas na commedia dell'arte, como o Pierrô, a Colombina e o Arlequim. Pintam o rosto com maquiagem circense que nos remete ao teatro de rua medieval e saem às ruas em coro tocando instrumentos de percussão. A temática do espetáculo cênico das murgas, que dura quarenta e cinco dias, está centrada na sátira política e nos fatos passados ou recentes da história uruguaia.

No México, muitas cidades possuem festas de Carnaval, de variados formatos, mas os maiores eventos acontecem nas cidades portuárias. Em Vera Cruz, as comemorações desta data são marcadas por queimas de fogos para espantar o mau humor, por exuberantes cortejos multicoloridos de carros alegóricos, música de base folclórica e muita tequila. Outra forma particular de brincadeira mexicana nesses dias é as pessoas jogarem e quebrarem cascarones (um ovo cheio de confetes, uns nos outros.

A figura do diabo é muito forte nos festejos carnavalescos da Bolívia. O caráter religioso do Carnaval, com a presença da luta do bem contra o mal, sincretizados respectivamente nas figuras da Virgem Maria e do demônio, é bastante comum nos países de colonização europeia devido à propagação forçada da fé cristã por parte dos colonizadores. Na cidade de Oruro, o destaque está na cerimônia com aspectos de religiosidade, a Diablada, na qual os brincantes se fantasiam de seres do inferno para celebrar a Virgen do Socavón. O Carnaval de Oruro é o maior evento cultural periódico da Bolívia e foi declarado Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade em 2001 pela UNESCO. Nesses dias, ocorre um préstito com dezenas de grupos de mascarados endiablados, que se fantasiam de satanás, incas e conquistadores espanhóis. Outra característica curiosa e marcante da celebração carnavalesca boliviana são as Morenadas ou Dança dos Morenos. É uma dança do altiplano andino onde os bailarinos se disfarçam como negros mascarados com rasgos exagerados.

Nos países latinos, as roupas confeccionadas para brincar o Carnaval adquirem cores fortes e formatos exóticos, reflexo dos costumes e das manifestações folclóricas locais, nos quais naturalmente elas se baseiam, refletindo ainda o clima quente predominante dessas terras.

4º SETOR
CARNAVAIS CRIOULOS

As raízes culturais do continente africano foram espalhadas pelo mundo quando o branco invasor levou os negros à força de sua terra natal - e com eles, a sua arte e seus costumes - para servir de mão de obra escrava nas terras conquistadas, repletas de riquezas a serem exploradas. Mas, para alguns povos africanos, foi preciso resistir ao aniquilamento cultural em sua própria casa, principalmente através de suas referências religiosas e musicais ancestrais.

Uma região cuja influência cultural dos negros se manifesta nos festejos carnavalescos é a cidade norte-americana de Nova Orleans. Conhecido como Mardi Grass, terça-feira gorda em francês, é o maior carnaval dos EUA e surgiu quando negociantes fundaram o clube "The Mystick Krewe of Comus", em 1857 e fizeram um desfile com monumentais carros alegóricos, tendo à frente negros com archotes. A mistura da herança africana com outras sociedades escravistas do Novo Mundo firmou suas próprias características e denominou-se de "tradição afro-creole". A simulação carnavalesca mais peculiar desta tradição é o ritual denominado Kwore Duga, em que foliões mascarados montados em cavalos de pau encenam danças cômicas e lascivas. Nas festas realizadas nos bairros em que predominam moradores negros, comandadas pela associação Rei Zulu, há uma mistura de ritmos, como o jazz e o blues, e os integrantes se vestem ricamente como índios.

O Carnaval de Angola nasceu e se desenvolveu com muita luta contra a repressão do poder público, o qual, como ocorreu no Brasil, com o tempo e por interesses políticos e econômicos, passou a organizar e controlar os festejos carnavalescos. Hoje os angolanos, adaptados à modernidade, conseguem preservar suas raízes, exibindo-se pelas ruas com muito semba e kuduro no pé. Desfilam grupos fantasiados com pequenas alegorias, espécies de blocos com danças coreografadas ao som de apitos e da cantoria em coro dos participantes. Conjuntos musicais também se apresentam num ritual de recreação, usando trajes típicos de sua história, como roupas usadas por guerreiros de antigas tribos.



As tradições trazidas por imigrantes africanos também são bastante acentuadas em pequenas ilhas como Trinidad e Tobago. No período carnavalesco, o ritmo executado é o calypso, um estilo musical afro-caribenho, criado por escravos no século dezenove. Diversas bandas, nas quais sobressaem os tambores e as claves, com seus reis e rainhas, concorrem em competições musicais desfilando pelas ruas, com a participação maciça da população e dos visitantes, que costumam usar fantasias decoradas com penas e lantejoulas.
Também na ilha de Tenerife, a música afro-caribenha executada por bandas embala a multidão foliã fantasiada que invade as ruas para se divertir com a malemolência do ritmo. Em Tenerife existem outras formas de se brincar, como a cavalgada, trazendo a Corte do Carnaval anunciando o início dos festejos, concurso de automóveis antigos e, na terça-feira gorda, o curioso enterro da sardinha, que ocorre também na Espanha.

Uma grande confraternização das raças ocorre ainda nos festejos momescos da Colômbia. A música e a dança resgatam a cultura mestiça do país e os negros colombianos mostram a força das tradições trazidas por seus ancestrais escravos, vestindo roupas, adereços e artesanatos carnavalescos de cores de tons intensos. Em Barranquilla, desfilam pessoas com trajes exóticos, carros alegóricos e grupos folclóricos dançam ao som de salsa e rumba. Em Pasto, acontece o notável Carnaval de Negros e Brancos, com grande participação popular. Formado por expressões culturais camponesas, no passar do tempo foram se agregando elementos das festividades espanholas e africanas, como os cosméticos, o talco e as carruagens contendo gigantescas esculturas construídas por artesãos locais.
As celebrações carnavalescas com características marcantes da raça negra estão espalhadas pelo mundo todo. Elas são o retrato da resistência de um povo que, por meio de suas simbólicas vestimentas, músicas e danças características, revivem, ritualisticamente, os aspectos culturais de seus antepassados.

5º SETOR
CARNAVAIS DO BRASIL



O Brasil é conhecido por ser um país mestiço, cuja miscigenação inicialmente deu-se a partir da relação entre os colonizadores e o indígena nativo. Os negros africanos escravizados que vieram depois também fazem parte das primeiras etnias que iniciaram a mistura do nosso povo, trazendo na bagagem um ritmo sincopado, utilizado principalmente nos seus rituais religiosos, que deu origem ao samba. A cultura dos cultos e dos folguedos afro-brasileiros se espalhou por todas as regiões, adaptando-se às características de cada localidade. Sem contar com as influências das tradições trazidas pelos diversos imigrantes que para aqui também vieram.

Um ritmo e dança nordestinos bastante apreciados nos dias de Carnaval é o frevo, com música de compasso acelerado e passos rápidos e acrobáticos. Os dançarinos apresentam-se com roupas leves utilizando sombrinhas coloridas, o que imprime mais graça na execução coreográfica ligeira da dança. Hoje o Carnaval de Olinda é uma das maiores e autêntica festa popular do Brasil, atraindo todo ano milhares de foliões de vários recantos do país e do Exterior. A interação com a rica diversidade cultural do Nordeste, representada por troças, clubes, caboclinhos, maracatus e bonecos gigantes, aliada ao calor do frevo e à descontração e alegria do povo da cidade, tornam a folia olindense irresistível para um contingente cada vez maior de foliões.
Há também uma gama de manifestações carnavalescas regionais. Oriundo da zona da mata norte de Pernambuco, o Maracatu de baque solto surgiu no final do século XIX, e representa uma mistura de dança e teatro com alguns traços da cultura indígena, que traduz a saga de homens e mulheres que trabalham nos canaviais. Em Nazaré da Mata, atualmente existem 20 grupos de maracatus com seus caboclos de lança, figuras exóticas que usam chapéus de fitas coloridas, se vestem com roupas bordadas artesanalmente, com chocalhos, o rosto pintado de urucum, óculos escuros, cravo branco na boca, carregando uma lança comprida. Eles se apresentam caminhando nos três dias de Carnaval no Maracatu de Orquestra, pelo interior de algumas cidades nordestinas.

Um dos mais tradicionais personagens do carnaval de rua mantém viva a cultura popular nesta época do ano. São os Clóvis, ou bate-bolas, foliões que saem fantasiados em grupos e adoram assustar a criançada. Atenção, vizinhança! Os Clóvis estão na rua! Há décadas estes personagens mascarados e multicoloridos brincam o carnaval nas ruas da periferia do Rio. No século XIX, o Clóvis era interpretado por pessoas que se vestiam com macacões coloridos e usavam máscaras. Além de assustar crianças e até adultos, o bloco de Clóvis resiste, principalmente nos subúrbios, como digno representante do carnaval de rua carioca. Como qualquer festa carnavalesca, a dos Clóvis é uma celebração da liberdade, da alegria. As roupas e adereços são os instrumentos dessa competição. Nos momentos que antecedem a saída à rua, os integrantes de todas as turmas gritam que têm a roupa "mais bonita! a mais bonita!".

Essa multiplicidade racial e o tamanho continental do país fizeram com que o Carnaval brasileiro ganhasse uma variedade de formas. A mais comum, existente em quase todos os estados com o termo genérico de Carnaval de Rua, são os blocos e os cordões, formados essencialmente por um conjunto de percussão e uma porta-estandarte carregando o símbolo e o nome do grupo. Os blocos e cordões, em geral, executam as tradicionais marchinhas e costumam arrastar uma animada multidão, fantasiada ou não, por onde passam.

Outro simpático grupo de mascarados típicos são os Papangus, que desfilam pelas ruas da cidade agreste pernambucana de Bezerros, em blocos animados por orquestras de frevo. Fantasiam-se com longas e estampadas túnicas e escondem o rosto todo com máscaras de papel-machê. A brincadeira está em o folião se manter no anonimato, para se divertir à vontade sem ser identificado, por isso procuram confeccionar suas roupas em sigilo para não serem desmascarados antes da festa. Os brincantes costumam comer angu, geralmente oferecido pelos moradores locais, durante visitas dos grupos que caem na folia. O Carnaval de Bezerros, intitulado "Folia do Papangu", revela toda a cor, criatividade, beleza e magia de uma festa que tem o poder de reunir num só lugar raças e crenças diversas.

Com efeito, o Carnaval mais famoso do Brasil é o do Rio de Janeiro, marcado pelos desfiles das escolas de samba, agremiações carnavalescas que constituem o berço do samba. Os grandiosos desfiles, compostos por grandes alegorias e figurantes fantasiados a partir de um enredo, são bastante apreciados e transmitidos para o mundo todo.

Embora o Carnaval seja multifacetado e complexo, em qualquer manifestação carnavalesca, a fantasia celebra o prazer de sermos outros num período determinado, numa deliciosa desconstrução social democratizante, onde todos podem ser o que quiserem, assumindo ou trocando de papel. É uma festa popular agregadora, de adesão, em que todos são protagonistas e todas as classes participam em comunhão numa torrente de alegria, formando agrupamentos humanos em busca de prazer e diversão.

Os festejos carnavalescos sofrem mutações e se ramificam, adaptando-se à cultura e às tradições de cada povo. Nesses dias, o ridículo é permitido e o sorriso, obrigatório. A comicidade, o bom humor e a ironia são preponderantes. O Carnaval é um meio de expressão, no qual a louvação a deuses pagãos é possível e o povo mostra sua face, suas origens, formando um caldeirão cultural de criatividade, num impressionante caos organizado.

No Carnaval, soltamos o grito preso na garganta, tecemos fios de histórias, trançamos idiomas, costuramos memórias e construímos fantasias impregnadas de poesias e saberes populares. Danças, festejos, roupas e sorrisos conduzem esse olhar sobre a cultura dos povos, onde sentimos o Mundo em Carnaval com o coração, alcançando os quatro cantos ao sabor dos quatro ventos.

Severo Luzardo Filho
Julio Cesar Farias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Mário de. Danças Dramáticas do Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2002.
ARAÚJO, Sivonaldo. Máscaras de Bezerros. Recife: Grafica Fac Form, 2007.
CABRAL, Sergio. As Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1996.
COSTA, Haroldo. O Rio negro no Carnaval. Artigo publicado em Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares - Estudos de Carnaval, Vol.6, pág. 197, Rio de Janeiro: UERJ, Instituto de Artes, 2009.
DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1979.
FARIAS, Julio Cesar. O Enredo de Escola de Samba. Rio de Janeiro: Litteris Editora, 2002.
FERREIRA, Felipe. O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
GÓES, Fred. Antes do Furacão: o Mardi Gras de um folião brasileiro em Nova Orleans.
MATTOS, Regiane Augusto de. História e Cultura Afro-Brasileira: Mãe África. São Paulo: Contexto, 2007.
PEREIRA, Aline Valadão Vieira Gualda. Os bate-bolas do Carnaval contemporâneo do Rio de Janeiro. Artigo publicado em Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares - Estudos de Carnaval, Vol.6, pág. 115, Rio de Janeiro: UERJ, Instituto de Artes, 2009.
PIMENTEL, João. Blocos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
PRESTES FILHO, Luiz Carlos. Por debaixo da Máscara de Montevidéu. Rio de Janeiro: 2010.
VASCONCELOS, Carlos. Identidade Oculta. Pernambuco: Gráfica Santa Marta, 2009.

Obs.: Também foram consultados sites e consulados dos países e lugares citados no enredo.

domingo, 20 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Lins Imperial



Carnavalescos: Alex de Oliveira e Lane Santana

A Lins Imperial não é só uma Escola de Samba onde só se batuca o batuqueiro, é também uma escola de valores, uma agremiação que enriquece não só o carnaval carioca, como também foca, os mais importantes fatos da vida e enaltece cada vez mais a nossa cultura, com temas de grande valia para a sociedade.

"Um lugar chamado FAVELA" uma real utopia, um sonho ainda muito distante, mais nem tanto assim, com algumas iniciativas dos governos, estadual, federal e municipal, podemos imaginar um novo universo para nossa gente e cultura, para que nossos filhos possam se orgulhar de sua origem, e de continuidade a luta e a versatilidade de um país, dentro de um país.

És tu FAVELA, o céu da terra aonde essa gente mora, por isso venho embalar a saga deste santuário criado pela sociedade do Rio de Janeiro, carioca de fato, com nome proveniente de uma planta, oriunda da caatinga do nordeste brasileiro.

FAVELA de um povo com espírito nobre batizado de raça, FAVELA que reside em um lugar especial em meu coração, FAVELA, quem te viu quem te ver, radiante em cada amanhecer, singular em poesias, cantadas em prosas, contida em eternos versos, FAVELA fosca não tem mais cor, cintila em mil cores, não ergue somente uma bandeira, ergue a massa, vem comigo FAVELA, coroar o céu de estrelas no maior espetáculo a céu aberto do planeta, o carnaval carioca, inebria o olhar, e finca no seio de seus seguidores, teu ventre cheio de amor, fala pra mim, diga para nós querido lugar, que deu coragem a sua gente para germinar sua própria cultura, mostra-me rico habitar, que nasceu e cresceu.

Viveu e lutou, somos o sumo da tua glória, herança de um cenário que falará por si só, decantar teu exemplo de superação, teu sangue percorre nas veias dos becos e vielas, vossa coragem, força, garra, decência e hombridade, foi perseguida, eu sei, oprimida pelo açoite da sociedade, sofreu preconceitos, foi resistindo, resistente, resistiu, eras do tempo em que no morro, malandro não descia, mais a polícia no morro também não subia, "JÁ DIZIA O SAMBA" que timidamente foi descendo com sua dolência rítmica, FAVELADO, marginalizado, escravizado, surgem rumores, lá vem o samba!

Alguém gritou, julgaram o samba de origem nobre, por espalhar alegria na cidade, tentaram calar a voz da FAVELA, muitos se foram mais a melodia ainda se houve cantar, cada vez mais forte mais entoada e unida.

Nome: FAVELA, RG: 2011, Estado civil: em massa, Nacionalidade: brasileira, Trazer para a Avenida Marques de Sapucaí, a humildade dessa gente, que não se deixou cair em desalinho, valorizou seus frutos, e eternizou suas raízes, e é marco no mundo inteiro, conhecida pela sua falange cultural, seu som, sua batucada, seu samba, seu funk e sua C.R.I.A.T.I.V.I.D.A.D.E exportou o sonho de sua gente, e atraiu para dentro de si, países e astros do mundo inteiro, virou cenário e cartão postal do Brasil.

FAVELA, só quem te conhece por dentro pode te entender, há tempos não é só mais um Silva, são vários gritos que despertam de lá, foram criados vários nomes para substituir teu nome chulo de pouca importância, mais sua essência é única, és FAVELADO sim, de tão grande e imensa satisfação que mais parece um país dentro de um país, fervurando orgulho, com o sonho de andar tranquilamente, A Escola de Samba Lins Imperial vem cumprir com lealdade e dedicação, "Um lugar chamado FAVELA" que faz do seu exemplo, a nossa história.

Favela ventre cultural, berço da cultura no Brasil!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Sereno de Campo Grande



I N T R O D U Ç Ã O

A flor

A Rosa exala o perfume da flor, ja dizia o poeta.

O perfume nos traz as recordações que nos vem a mente pelo olfato, assim como a música alegra os nossos ouvidos e a beleza agrada nossos olhos.

Não se avalia uma flor sem se cultivá-la com amor e carinho e sentir o seu... perfume!


S I N O P S E

Nasci bem antes que muitos países, reinos ou impérios. Na verdade, pode-se dizer que fiz parte das oferendas, preces e homenagens, desde que os homens aprenderam a se organizar. em tribos e criarem rituais para seus deuses. Mas essa é outra história...

Quero contar, e mostrar, quando realmente passei a fazer parte do cotidiano de cada um de vocês, e como vim me aprimorando, até tornar-me o perfume do momento: a essência SERENO!

Neste contexto, passo a ser o fio condutor da própria história da humanidade, e, como não podia deixar de ser, a arte de elaboração dos aromas nasceu no Egito, onde fiz-me necessário rio gênero refrescante, trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito.

Lá, estive presente nos óleos aromáticos usados nos rituais de embalsamento das múmias, e em banhos aromáticos, pomadas e óleos corporais. Mas, quem me eternizou, como arma de sedução, foi Cleópatra, utilizando-se de óleos e velas perfumadas. Dessa forma, ela conquistou dois dos homens mais poderosos do mundo, Júlio César e Marco Antônio.

Todas as minhas formas físicas, óleos, bálsamos, pastas, bastões, líquido, foram criadas no Egito, onde começou minha expansão para o Oriente Médio, tornando-me conhecido na Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia.

A própria Bíblia informa que, na Babilônia, queimava-se 26 mil quilos de incenso para apaziguar a fúria do Deus Ball.

Fui até presente da Rainha de Sabá ao Rei Salomão, na forma de bálsamo da Judéia. Sem dúvida, lancei o Rei Salomão nos braços da legendária rainha.

Os gregos também foram grandes perfumistas, e atribuíam aos Deuses do Olimpo a criação dos perfumes, já que deixavam o aroma da Ambrósia, em suas visitas aos mortais.

Em Roma, os sacerdotes dirigiam seus pedidos aos céus através da fumaça odorizada, o "per-fumum" (per = através; fumum = fumaça), dando origem ao nome perfume.

Mas também deixei a Índia famosa: em forma de incenso, perfumei jantares de marajás e quartos de concubinas. Fui dedicado aos Deuses Hindus e, nos templos budistas tornei-me a ligação do homem com o próprio Buda.

Na Idade Média, fui produzida pelos árabes, para uso pessoal e medicinal, chegando a Europa do século XII com as Cruzadas.

Após um período negro imposto pelo clero, volta-se a valorização da higiene pessoal, surgindo os alquimistas, que exploraram todas as minhas possibilidades, com a árdua tarefa de colher flores para produção de novas fragrâncias.

Passo a fazer parte dos grandes bailes, através da Renascença. Agora, sou luxo diário de toda a corte, tendo sido restrito, na França, à corte de Luiz XVI e Maria Antonieta.

Porém, após a Queda da Bastilha, meu doce aroma de liberdade se espalhou pelo mundo, tornando-me parte do dia-a-dia do povo!

Em 1868, passo a ser fabricado também em laboratório, tornando-me sintético, estabelecendo um setor industrial independente do setor farmacêutico. Deixo de ser curativo e natural para ser acessório.

Com meu apogeu, grandes estilistas começaram a produzir-me, como exclusivo de suas criações, passando a indústria da moda a andar de mãos dadas com a da perfumaria.

Mas, e aqui, no Brasil?

Em plena época de expedições marítimas, a nobreza brasileira importava sua perfumaria, não dando importância à riqueza vegetal e animal desta terra.

Mais espertos foram os negros escravos que, aproveitando-se de nossa flora, preparou seus defumadores e banhos. Passei, assim, a afastar influências negativas, e faço parte de um dos maiores festejos religiosos do país, a Lavagem do Bonfim, sendo lançado para o povo atravês de jarros com água de cheiro, as águas de Oxalá, pelas maes. baianas do Bonfim, para melhoria, prosperidade e paz.

Mas, nesta terra também sou profana! Sou lança-perfume, arma da eterna luta do triângulo amoroso de Pierro, Colombina e Arlequim, e também limão-de-cheiro dos grandes entrudos.

Sou Samba, sou Carnaval, sou Escola de Samba, terreiro de bambas! Sou a Essência Sereno, do Egito a Campo Grande. Venha me provar e me aprovar!

Sou a essência do carnaval, e, como elemento ar, venho fazer um apelo ecológico neste meu palco da folia: preservem o maior pulmão do mundo! Como bem sabe os verdadeiros donos desta terra, os indígenas, que,

ao macerarem flores e folhas informam que "seduzir através dos perfumes não é exclusividade humana. A percepção dos cheiros tem importante papel na evolução das espécies. é através dos odores que os animais

captam a presença da sua espécie, dos seus inimigos e de suas presas. A fauna se integra com a flora. Na Floresta Amazônica, temos o berço dos mais variados tipos de essências, uma riqueza nativa".

E é no pulmão do mundo que se encontram meus ingredientes; é onde posso nascer, seduzir e partir, pois, livre, permaneço para me espalhar e encantar a vida!!!!

Sou perfume!

Sou Sereno... a essência do Carnaval!!!

J U S T I F I C A T I V A

O G.R.E.S. Sereno de Campo Grande apresenta, em seu carnaval 2011, o enredo "Sereno... a essência do Carnaval". A idéia é, através do perfume e suas essências, resumir a História da Humanidade, e como ela está diretamente relacionada com a evolução dos aromas, através dos tempos.

O nome da Agremiação é aproveitado no slogan do enredo, dando duplo sentido à idéia, ou seja, ao mesmo tempo que conta a história do perfume, associa-o à agremiação como a essência do carnaval, ou, em outras palavras, neste carnaval "tem cheiro de sereno no ar!"

Como agremiação, nossa escola de samba aproveita para conscientizar a população, através do enredo, quanto à questão ecológica, uma vez que, engajados na preservação da natureza, nossa comunidade terá menos poluição e conseqüentemente uma melhor qualidade de vida.

Este é o G.R.E.S. Sereno de Campo Grande, cultura, educação e informação!

H I S T Ó R I C O

Os aromas de Ararat

O uso das essências aromatizantes aparece em relatos bíblicos do Velho e Novo testamento.

Sabe-se que a primeira utilização intencional de odores, segundo a história, foi feita por Noé, há 4.108 anos atrás, ou 2.072 a.C., que, em sinal de gratidão por sua salvação do dilúvio, queimou do Monte Ararat, onde pousou sua arca, madeira de cedro e mirra, para que a fumaça perfumada fosse ao encontro de Deus e, assim, agradá-lo.

A elaboração de perfumes e os banhos de Cleópatra

A arte de elaboração dos aromas nasceu no Egito, transpondo os limites dos tempos e das pirâmides. Por volta de 2.000 a.C. já era apreciado por faraós, sacerdotes rainhas e membros importantes da corte. Logo seu uso se difundiu, trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito.

A necessidade de contar com essências refrescantes tornou-se tão fundamental, que a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1.330 a.C., pelos soldados do Faraó Seti I, que parara de fornecer ungüentos aromáticos, com os quais eram pagos.

É importante dizer, também, que o uso de óleos aromáticos estava ligado ao ritual de embalsamento das múmias, pois os aromatizantes contribuíram na conservação do corpo, ao mesmo tempo em que enterneceriam o espírito em seu descanso astral, sendo tão procurado quanto jóias e objetos preciosos e de arte, por profanadores de tumbas egípcias.

Pouco tempo depois, já estava presente em banhos aromáticos, pomadas e óleos corporais, apreciados pelos egípcios. Mas, foi Cleópatra quem o eternizou, como arma de sedução, usando um aroma à base de óleos extraídos das flores de henna, açafrão, menta e zimbro, ou utilizando velas perfumadas, conquistando dois dos homens mais poderosos do mundo, Júlio César e Marco Antônio.

Os egípcios foram professores talentosos. na expansão da perfumaria no Oriente Médio, divulgando seus conhecimentos de perfumaria aos assírios, babilônios, caldeus, persas e gregos. Cada cultura, então, desenvolveu suas próprias variedades de fragrâncias, de acordo com os ingredientes disponíveis localmente.

O Império Babilônico

Segundo registros bíblicos, a Babilônia queimava 26 mil quilos de incenso para apaziguar a fúria do Deus Ball, que a tinha a cabeça de um touro e era o primeiro da hierarquia divina babilônica. O hábito da pessoa se incensar também é oriundo deste povo.

Nos tempos do Rei Salomão e da Rainha de Sabá

O bálsamo da Judéia, sem dúvida, lançou o Rei Salomão nos braços da Rainha de Sabá. Nas grutas de Qumrã, o mesmo local onde foram encontrados os manuscritos do Mar Morto, os arqueólogos encontraram 50ml de uma substância avermelhada e de consistência semelhante a do mel, cuidadosamente guardada num frasco de argila de época anterior a Heródes.

Esta peça antiqüíssima é o mais antigo e forte vestígio do perfume, que já fascinava os imperadores da antiguidade.

Segundo pesquisadores, este precioso óleo pertencia à legendária Rainha de Sabá, que teria levado consigo, entre seus presentes, ao Rei Salomão, quando chegou, a Jerusalém com sua manada de elefantes etíopes e camelos carregados.

Entre gregos e romanos

Os gregos, que assimilaram muito das civilizações orientais remotas, foram grandes perfumistas. Atribuíram aos Deuses do Olímpo a criação dos perfumes, que já emanavam o aroma da Ambrósia, quando visitavam os mortais, sinal evidente de sua natureza divina.

Os mortais utilizavam as fragrâncias, principalmente para obter a clemência dos Deuses, mas também se valiam das plantas aromáticas, não só para o seu prazer, como também para fins medicinais.

Em Roma, o perfume ganhou seu apogeu. O célebre cavalo de Calígula banhava-se todos os dias em águas perfumadas.

Os sacerdotes romanos dirigiam os seus pedidos aos céus, através da fumaça odorizada, o "per-fumum" (per = através; fumum = fumaça), dando origem ao nome perfume.

Perfumaria na Índia

A Índia tornou-se famosa pelo seu sândalo e por uma variedade de flores, como rosa e jasmim. O sândalo era parte importante da arquitetura dos antigos templos hindus, juntamente com o vetiver. Estas madeiras eram colocadas principalmente nas portas de entrada, de onde o vento poderia levar e espalhar o perfume pelas salas. O sândalo era controlado pelo governo, ao contrário do almíscar, extraído de um animal, o veado almiscareiro, que quase foi extinto pela caça desenfreada.

Em forma de incenso, os aromas indianos perfumam jantares de marajás e quartos de concubinas, sendo dedicado a Deuses Hindus, revelando a beleza de um povo exótico.

Mas, foi nos templos budistas que se consagrou, tornando-se a ligação do homem com o próprio Buda.

Perfumaria na Europa

Na Idade Média, os árabes começaram a produzir perfume para uso pessoal e medicinal. O perfume chega a Europa no século XII, com a Cruzadas.
Na Itália, por volta do século XIV, mesmo detendo o grande monopólio da perfumaria, o clero não conseguiu impedir que o perfume se espalhasse pela Europa. Volta-se a valorizar a higiene pessoal, trazendo o perfume, desta vez aliado à arte. Surgem os alquimistas, nos campos as flores brotam.

O perfume começa a fazer parte dos grandes bailes, palácios e catedrais, do novo mundo que se apresenta pelas mãos de grandes artistas: a Renascença.

Torna-se parte dos luxos diários e necessários de toda a corte, encantada com as doces fragrâncias e charmosos frascos, capazes de transformar os perfumes em grandes objetos de desejo.

Na França, até por volta do século XVIII, o perfume é restrito ao conforto da corte de Luiz XVI e Maria Antonieta. Após a Queda da Bastilha, o doce aroma de liberdade se espalha pelo mundo, e o perfume torna-se parte do dia-a-dia do povo, em forma de fragrâncias animalescas: perfumes intensos que têm em sua composição fluídos de animais, almíscar e musgo.

Surge a Cidade-Luz, prestes a entrar no século XX, a grande Feira Internacional de Paris, dá espaço para um setor onde é exposto apenas perfumes e sabonetes, longe do setor farmacêutico. Um ano depois, em 1868, registra-se o surgimento da primeira fragrância sintética, isto é, produzida em laboratório. Estava estabelecido,um setor industrial independente. Os perfumes deixam de ser considerados curativos e naturais, tornando-se apenas acessórios. Com seu apogeu, grandes estilistas começam a produzir suas próprias essências. A partir desse momento, a indústria da moda começa a andar de mãos dadas com a da perfumaria.

O perfume no Brasil

Em plena época de expedições marítimas, a nobreza brasileira importava suas perfumarias, enquanto os nossos índios há muito já maceravam folhas e flores para seus "banhos de cheiro" que tinham finalidades medicinais e também espirituais, já que os aromas agradavam seus deuses.

Os negros escravos também aproveitavam nossa rica flora para preparar seus defumadores e banhos para afastar as influências negativas e fazer com que seus orixás trouxessem dias melhores e de prosperidade para sua raça.

A Lavagem do Bonfim, até hoje evidencia o caráter religioso do uso dos aromas, pelo Candomblé. As água de flores (águas de Oxalá) simbolizam a eliminação do mau olhado e da negatividade que possa acercar a cidade de Salvador, na Bahia. É um dos maiores festejos religiosos e dos mais populares do país e uma das maiores manifestações de fé do mundo.

E o Carnaval? Muitos ainda se lembram do carnaval de tempos atrás, quando um Pierrô e um Arlequim disputavam com seus perfumes inebriantes a conquista de uma Colombina.

Eram jatos de perfume lançados um contra o outro, através da pressão de recipiente plástico, que ficou batizado como Lança-Perfume!

Seduzir através dos perfumes não é exclusividade humana. A percepção dos cheiros tem importante papel na evolução das espécies. É através dos odores que muitos animais captam a presença da fêmea, de inimigos e das presas, sendo bastante desenvolvido nos carnívoros a sua percepção, sendo por isso ditos osmóticos. No maior pulmão do mundo, a fauna se integra com a flora, pelo odor, a flores atraem insetos a fim de possibilitar sua fecundação. Na floresta Amazônica temos o berço dos mais variados tipos de essências, uma riqueza nativa, e é onde o perfume pode nascer, seduzir e partir, pois, livre, permanece para espalhar-se e dar o encanto do perfume a vida.

Marco Antônio
Elaboração da sinopse

Adilson Pinto, Rodrigo Mello & Marco Antônio
Carnavalescos

E S T R U T U R A Ç Ã O D O E N R E D O

O enredo "Sereno... a essência do Carnaval" está dividido em 06 (seis partes), para melhor entendimento do projeto. São elas:

PARTE I - "EGITO - ORIGEM DO PERFUME" - Representa a origem do perfume, onde desenvolveu-se a arte de elaboração dos aromas;

PARTE II - "UM PASSEIO PELAS GRANDES CIVILIZACÕES" - Representa os caminhos por onde foram-se aperfeiçoando os aromas e sua utilização na Assíria, Babilônia, Pérsia, Judéia, Grécia e Roma;

PARTE III - "INDIA" - Representa o esplendor hindu, desde seu lado profano, como os banquetes dos marajás e concubinas até os templos budistas, onde o aroma do incenso tornou-se a ligação entre o homem e Buda;

PARTE IV - "O PERFUME NA EUROPA" - Representa a evolução do perfume, dos estudos e experimentos dos alquimistas, passando pelo uso restrito da corte francesa até seu uso por toda a população, atingindo seu apogeu;

PARTE V - "O PERFUME NO BRASIL" - Representa a importação da perfumaria da nobreza brasileira, na época das expedições marítimas, os rituais dos negros escravos e o nosso Carnaval;

PARTE VI - "ECOLOGIA - PRESERVANDO O PULMÃO DO MUNDO" - Representa o apelo da Agremiação para que se preserve a Floresta Amazônica, fonte de produção dos mais variados aromas, com vistas a uma melhor qualidade de vida.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Beija-Flor de Nilópolis



Me leva meu sonho em viagem, por uma estrada colorida, onde o tempo pede passagem e carrega, em sua bagagem, as lembranças que eu trago da vida.

E lá vou eu, bem longe, além do horizonte, vivendo esse momento lindo, a reconstruir meu castelo de sonhos entre emoções, como quem chora sorrindo.

Olha dentro dos meus olhos e vê quanta lembrança que na distância do tempo guardei. Ah! Como o tempo passa, é como se o trem que me trouxe, voltasse e dissipasse a fumaça, e eu então retornasse pras coisas que eu deixei.

Meu pequeno Cachoeiro, essas terras entre as serras, doce terra onde eu nasci, te confesso, você é a saudade que eu gosto de ter, e que mora pra sempre em mim; é como sentir você bem perto, é como estar desperto pra ver tudo igual como era antes, que nada se modificou, e ouvir de novo as águas cantantes do meu Itapemirim.

E é assim que o pensamento voa, vagueia assim, à toa, e até parece que eu voltei... Voltei a ser criança, a ser "Zunga" outra vez. Ah! Sentimento bem vindo... Vejo o meu cachorro me sorrir latindo, estou em frente ao portão, eu voltei, pra viver o sonho mais bonito que um dia alguém já sonhou, e sentir que o sol que atravessa essa estrada jamais se apagou.

Me vejo menino, correndo aos braços de minha mãe, pro seu abraço, e no carinho e afago, me envolver num laço, e adormecer, como sempre eu fazia. Olhar meu pai, e seus cabelos brancos, seu rosto marcado, à disfarçar o cansaço com um sorriso franco das verdades da vida e ouvir as suas histórias, lições que me fizeram crescer e, do jeito simples à esconder as dificuldades, tentando encher minha vida de fantasia ao enfeitar as coisas que eu via.

Ah! Quem dera... Poder fazer desse tempo, uma eterna primavera, desabrochar em flor pra sempre, o flamboyant no meu quintal, e deitar à sua sombra, e sentir aquela brisa mansa, que sopra enquanto lança o perfume do laranjal.

Vai e vem na minha mente, esse vento do tempo, e traz as ondas do rádio que um dia me embalaram ao som de tangos e boleros, velhos tempos... Belos dias... Onde o meu sonho crescia nas cordas de um violão. Hoje relembro e refaço aquela despedida, nas lágrimas soltas na estação, a partir na promessa de uma volta, como todos que um dia se vão e assim, na lembrança, colar os cacos do meu coração, me redimir e repartir essa dor e a saudade, nos versos de uma canção.

Assim, como naquele dia, eu me vejo, com aqueles olhos tristes, porém cheios de esperança, buscando encontrar à sorte, todas as coisas que um dia eu sonhei pra mim, e me deixo levar em ritmo de aventura, nas batidas do meu coração, igual a quando aqui cheguei, nesse Rio de Janeiro, no seu abraço aberto, hospitaleiro, na transviada inquietude daquela louca juventude, que andava na contra-mão.

Até parece que foi ontem... Aquelas tardes de domingo, de guitarras eletrizantes, que ecoavam como o ronco barulhento dos carangos, incendiando a multidão; era um ritmo alucinante e quente, o rock in roll envolvente, uma brasa a aquecer meu coração... E eu que sempre fui tão inconstante, te juro, bicho, me rendi àquela paixão...

E não adianta nem tentar esquecer, o que durante muito tempo em minha vida passou a viver... Eu me lembro com detalhes, a velha calça desbotada, a jaqueta encouraçada e a brilhantina no cabelo. Meu mundo girava no vinil da vitrola, vivia voando no meu carro, à 120 por hora, a velocidade andava junto a mim, e sem saber quando, nem pra onde, me levava ao espaço, como "Sputnik" pelo ar.

Nas curvas e esquinas da vida, encontrei amigos, parceiros da mesma viagem, e seguimos juntos a mesma estrada, como bons companheiros, amigos de fé, irmãos camaradas, que eu não esqueço jamais. Aquele era o meu momento, nascia um novo tempo, agitando o mundo ao som do Iê Iê Iê, e com ele, um movimento: a Jovem Guarda, que assim, como do nada, me coroou o seu rei.

E eu então, me perguntava:

- Que rei sou eu?

Que rei que nada... Eu sou terrível! Um lobo mau, um negro gato de arrepiar, talvez um gênio... Nem pensar! Basta ver os erros do meu português ruim...

Avancei sinais, vivi em festas de arromba e, pra conquistar garotas, dispensei meu cadilac, me rendi à um calhambeque, fui o bom no Splish Splash dos beijos roubados no cinema, de garotas papo firme, namoradinhas dos amigos e dos brotos no portão... Foi quando me lembrei do passado, do romântico apaixonado que eu era, do meu velho violão, e da simplicidade de dizer 'Eu Te Amo' com a voz do coração.

Assim então, assumi meu reinado e proclamei, como um brado à esquecer a tristeza e ter a certeza de que a felicidade um dia vem, que daqui pra frente, tudo vai ser diferente, e que eu quero que vá tudo... Tudo pra quem ama com ternura, tudo, pra tudo que se quer bem.
Eh!.. Esse mundo dá voltas... E, numa delas, lá ia eu e meu sonho viver, era uma força estranha, uma voz tamanha que me levava a cantar, a atravessar fronteiras, a romper barreiras, 'parlando' italiano a 'Canzone Per Te'; e foi assim, de mansinho, que San Remo todinho, viu e ouviu o amor vencer.

Senti então, que esse amor fala uma só linguagem, e faz o sonho acontecer... E assim, contei histórias de romances, de amadas e amantes, o amor infinito, puro, sem medida, incontido; sentimento sem dia, sem hora ou lugar pra nascer, o que não sai de moda, é moderno, mesmo que seja à moda antiga, é eterno, um constante amanhecer.
E assim, afaguei em meus versos, mil mulheres, enxergando a beleza de todas as formas e proporções, foram tantas, foram todas, tantas rimas, em tantas canções.

Desvendei caminhos, procurei atalhos, como a abelha necessita de uma flor e na sede de amor, bebi das paixões desenfreadas, por metáforas descrevi o côncavo e o convexo, o sexo como cavalgada. Me vi em desalinho, a fazer ninho nos lençóis macios, a deixar marcas sem me importar com a desordem de tanto amar, entre os botões que se desatam e se abrem em braços que se abraçam e se enlaçam no céu do êxtase, mudando estrelas de lugar.
E então, desse infinito universo de prazer, me abastecendo de brasilidade, viajei na verdade da vida do meu povo, de cada palmo desse chão; no dia-a-dia da cidade, na lida pra ganhar o pão.

Fiz da canção a passageira no táxi das nossas ruas; no campo foi ela a companheira, tangendo em moda de viola, nas veredas desse sertão, e fui presente na saudade que roda e rola no coração disparado, no pára-choque estampado, todo dia nessa estrada, a contar horas de ansiedade na boleia de um caminhão.

Fiz da minha voz, um grito de alerta à consciência dos seres humanos a zelar pela natureza, e usei a poesia em defesa do céu, da Terra e do mar; fiz chegar àqueles que estão surdos, a mensagem, que o progresso, às vezes absurdo, tantos males nos traz, e que é preciso saber viver, que a razão precisa entender enquanto há tempo e passar a seguir o exemplo: ser civilizado como os animais.
É meu irmão, nessa vida são idas e vindas que me levam na brisa do vento, no fluxo das marés em movimento, à algum lugar bonito e tranqüilo pra gente se amar, pois de que vale o paraíso sem amor?... E continua a viagem e mergulho livre num oceano de desejos, a singrar ondas de emoções, a flutuar num mar de rosas, como navegante dos sentimentos, comandante de tantos corações.

E por fim, essa fé que me faz otimista demais, me fez subir a montanha, à dispor do alto, minha voz à voz de Deus, a fazer do meu cantar, uma oração para a humanidade, a descobrir no verbo, a sua essência e sua verdade, a tornar-me um instrumento mensageiro de paz e de boa vontade.
Não, eu não sou rei... Mas acho que me tornei amigo do Rei, o Rei dos reis, esse ser de luz, a claridade que faz com a sua simplicidade, a força que me conduz.

São tantas emoções já vividas, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui. E se hoje você me faz seu enredo, é talvez, a maior das emoções dessa minha vida, a qual, com palavras, não sei dizer, mas quero sim, abrir meus braços num abraço e em suas asas, Beija-Flor, me entregar e agradecer, e assim poder definir com singeleza, como é grande o meu amor por você!

E se não há nada pra comparar, deixa o seu samba explicar, esse puro sentimento, que só o coração pode falar. Agora eu sei o que é ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar...

Canta Beija-Flor! Pois seu canto acenderá ainda mais essa chama, essa aura azul e branca que te encanta, que te dá força, fé e esperança, que ilumina o sorriso de suas crianças, anjos de guarda da sua herança, essa luz que cobre como um manto essas "nossas senhoras", Marias, mães baianas do samba.

Que os céus as abençoem, e que derramem por todo o seu povo essa luz que do amor emana e inflama o mundo através da nação nilopolitana, uma luz divina e que assim se traduz: Uma luz que nos une e se funde numa só luz, que nos traz a simplicidade e a paz do verdadeiro Rei, a paz do Nosso Rei Jesus.

Sinopses 2011 - Imperatriz Leopoldinense



Carnavalesco: Max Lopes
Pesquisa e texto: Emanoel Campos Filho e Gabriel Haddad

Uma viagem pelo tempo, leva a Imperatriz a passear pela história da Medicina, conhecendo a sua origem e o seu desenvolvimento. A arte de salvar vidas deve ter sua importância enaltecida e merece essa grande homenagem oferecida pelos leopoldinenses. Deixe o tempo te levar...

Desperta a Velha África. Desperta do solo africano o poder de curar.
Nos primórdios de sua existência, o homem encontrava na caça de animais e na coleta de espécies vegetais, os meios para sua sobrevivência. Nômade por excelência, nutriu-se dos elementos naturais encontrados para exercer o poder da cura. Praticava rituais que buscavam o autoconhecimento e o equilíbrio do ser, através das manifestações da natureza e da compreensão de seus fenômenos.

Os sacerdotes africanos, primeiros praticantes da mágica arte da cura, evocavam a sabedoria da mãe-natureza para aprender o perfeito modo de utilização das plantas, raízes e ervas medicinais.

Batidas de tambor. Danças. Ervas. Curandeiros. Uma viagem espiritual ao encontro das formas de proteção e controle do corpo. A cura estava diretamente ligada à magia e à crença na força dos poderes da natureza e seus elementos.

Com o passar do tempo, diversas outras civilizações pelo mundo passaram a desenvolver seus próprios pensamentos médicos. Dentre elas, pode-se citar os hindus, fundadores da Ayurveda (Ciência da Vida); os semitas em geral, que acreditavam na noção de que a doença era um castigo divino; os mesopotâmios que viam uma relação entre a movimentação dos astros, a mudança das estações e as doenças; os chineses, através de sua medicina tradicional que se baseava na cura por plantas e outros elementos naturais; e, principalmente, os egípcios.

O esplendor da civilização do Egito Antigo trouxe a evolução do conhecimento de diversos procedimentos médicos, o uso de numerosas drogas e a realização de pequenas cirurgias, além da técnica da mumificação, marcando a história da arte de curar.

Um traço comum entre essas sociedades citadas é a profunda relação entre a religião e a prática da cura. Seus povos, diferentemente do homem pré-histórico, acreditavam na existência de deuses superiores aos homens, que seriam os verdadeiros responsáveis pela saúde e pela doença. Os deuses, não só eram os detentores do poder de curar e dos conhecimentos médicos, mas também respondiam pelo desequilíbrio do corpo humano e pelo envio das doenças e enfermidades.

A cura mítica ainda era a base da crença do povo da Antiguidade. A magia e a religião se enlaçavam e influenciavam a prática médica.

O povo da Grande Grécia, inicialmente, sustentava suas crenças em sua mitologia, na qual os poderosos deuses influenciavam a vida e a morte, tendo o poder de curar ou provocar doenças. Os gregos acreditavam que a doença era um severo castigo dos céus, enquanto a cura, uma benção divina. Nos templos de Asclépio, Deus grego da Medicina, se realizavam rituais para curar, englobando banhos e poções para relaxar e adormecer, já que a cura deveria vir com os sonhos, durante o sono do enfermo.

Com o desenvolvimento do valor humanístico na Grécia, a prática da cura tomou um caráter racional, empregado principalmente por Pitágoras, o que possibilitou o surgimento de uma medicina verdadeiramente científica. Hipócrates, o pai da medicina, desenvolveu métodos que se baseavam na filosofia, no raciocínio e na lógica, idealizando um modelo ético e humanista da prática médica.

A objetividade e a precisão se tornaram elementos imprescindíveis para o diagnóstico das enfermidades, sendo necessária a separação da Medicina da noção religiosa. Os estudos realizados pelos médicos passaram a substituir a fervorosa crença nos deuses e na cura pela magia pela observação empírica de seus pacientes.

Com o início do período da Idade Média, a ciência médica, assim como a vida humana, passou a ser dominada pela Igreja Católica. Esta, abafou o desenvolvimento científico e filosófico, trazendo tempos de trevas e pouca evolução para a Medicina. O conhecimento era restrito ao ambiente católico, tendo os monges como principais pensadores, que deveriam basear seus estudos na fé e na salvação da alma, ao invés da evolução científica. Para a Igreja Católica, o corpo do homem era intocável à dissecação, pois este representava o corpo de Cristo, considerando o estudo de anatomia algo pagão e inumano.

A desprezível falta de noção higiênica da sociedade medieval possibilitava a proliferação de diversas doenças, que se tornavam verdadeiras epidemias.A peste negra aterrorizou a população européia e assolou o continente, deixando fortes marcas em seu chão.

Da escuridão, renasce a esperança com surgimento de movimento humanista, no qual era centrado o Renascimento europeu. Um novo jeito de pensar. Uma nova mentalidade. O homem é o centro do universo. Em total contraponto à era medieval, o período renascentista trouxe diversos avanços e descobertas científicas para a Medicina. As universidades passaram a se distanciar das bases religiosas e dos credos eclesiásticos, focando nos estudos de anatomia e fisiologia, muito pesquisados por Leonardo da Vinci (pai da anatomia), Versalius e Michelangelo.

Brilha. Reluz o século das luzes. Com o advento do Iluminismo, correntes filosóficas surgem na Medicina, enfatizando o uso da razão e da ciência para explicar o universo. Um grande desenvolvimento das especialidades médicas, como a Cardiologia, a Obstetrícia e a Pediatria tiveram um grande desenvolvimento, apresentando novos caminhos para a evolução da medicina moderna. A criação do microscópio, do termo célula, da homeopatia, além das diversas descobertas na física, química e outras áreas, foram importantes acontecimentos iluministas, que possibilitaram o progresso da Medicina em geral.

Todas as evoluções demonstradas nos períodos anteriores se tornaram base para o grande desenvolvimento que a Medicina contemporânea apresentou e continua a nos apresentar. Sua evolução é constante e surpreendente. A imunização preventiva, a descoberta do raio X, a descoberta de novos medicamentos, e a cirurgia plástica são frutos deste esforço da Ciência Médica. Apesar dos debates éticos trazidos pela sociedade civil, os estudos de genética e células artificiais trazem esperança para a criação de novos remédios e vacinas preventivas. Além disso, a evolução dos estudos do DNA, traz os segredos da "Chave da Vida", possibilitando o desenvolvimento de pesquisas relativas à clonagem.

A Medicina e a arte de curar estão sempre em evolução. O estudo e as pesquisas são extremamente necessários para que a construção de novas técnicas de cura, ou novas formas de prevenção a doenças, surjam.

Povo do Brasil, povo carioca, de bem com a vida, feliz e festeiro, vai buscar no carnaval e no samba a sua felicidade e a cura para os seus problemas. O brasileiro encontra o seu bem-estar ao vestir a sua fantasia e passar pela passarela da imaginação, ao ouvir a batucada da bateria, ao sentir o pulsar do surdo como se fosse o seu próprio coração, ao ouvir a melodia do cavaquinho, ...

O povo quer sambar, quer encontrar uma forma de esquecer os seus problemas.

Sai pra lá, dengue! Sai pra lá gripe suína!

O que resta a este povo guerreiro é a felicidade. Rio de Janeiro, palco do maior carnaval do mundo. Venha para cá e encontre no samba a cura para a sua dor.

Deixe o prazer do samba e do carnaval dominarem seu corpo. Com o prazer que sentimos, nosso corpo libera uma substância chamada endorfina. Esse hormônio, ao ser liberado, viaja pelo nosso organismo, oferecendo uma sensação de bem-estar, conforto, tranquilidade e felicidade.

Sinta o "hormônio da alegria" correr e alivie a sua dor sambando. O samba também faz bem para o corpo e para a mente.

Além disso, devemos reconhecer os grandes esforços dos médicos brasileiros, que tentaram, de diversas formas, trazer saúde ao nosso povo e conhecimentos para a evolução de novas técnicas médicas. Oswaldo Cruz. Carlos Chagas. Vital Brazil. Ivo Pitanguy. E muitos outros.

Parabéns médicos brasileiros! Parabéns médicos de todo o mundo!

Não perdendo o espírito carnavalesco, podemos afirmar que, mesmo com toda a evolução que a Medicina tem nos apresentado e com todo o seu desenvolvimento, de acordo com a letra da marchinha dos antigos carnavais, ainda está pra nascer o doutor que cure a dor de cotovelo.

"Penicilina cura até defunto
Petróleo bruto faz nascer cabelo
Mas ainda está pra nascer, O doutor
Que cure a dor de cotovelo"
Marchinha de Klécus Caldas e Armando Cavalcanti

Sambista, esqueça a dor! Vista a fantasia e caia na folia com a Imperatriz!
Sambar faz bem à saúde!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sinopses 2011 - União de Jacarepaguá



Justificativa

Entre as elaborações culturais que resultaram em símbolos nacionais, a origem da feijoada apresenta características bastante singulares. Primeiro porque, desde o período colonial, o feijão preto, que já era conhecido pelos indígenas, unia senhores e escravos em um mesmo costume. Desta forma, ao atravessar verticalmente a estrutura social, o uso do feijão para reelaborar as influências externas e possibilitar o surgimento da feijoada tornou-se quase uma conseqüência natural. Em segundo lugar, a história deste prato é um desafio às crenças do povo e a alguns mitos profundamente enraizados no conhecimento popular.

No entanto, independentemente dele ter surgido nas senzalas ou, como dizem os historiadores, nos restaurantes do século XIX, como o famoso G.Lobo, o importante é que a receita da boa feijoada, hoje conhecida por todos, caiu nas graças do povo, especialmente da população afro-brasileira.

É importante relativizar o peso da História para as ações do presente. Além dos importantes estudos que buscam as origens no passado, existe uma parcela significativa da população para quem a feijoada está empiricamente presente no dia-a-dia, como parte de seus rituais e momentos festivos. As importantes pesquisas históricas, apesar de sua inquestionável relevância, jamais apagarão o simbolismo da feijoada para a população afro-brasileira, pois o reconhecimento coletivo não precisa de uma origem real, concreta e teoricamente fundamentada. Basta, simplesmente, sentar em volta de uma mesa e, de preferência ouvindo um bom samba, compartilhar o alimento e acreditar em uma história comum, mesmo que ela seja apenas presumida.


Sinopse

O cheiro da feijoada se espalha pelo ar. O tan-tan e o pandeiro já estão preparados, aguardando as mãos do alegre ritmista. A roda de samba vai começar. Como bom carioca, sou sambista e trago a brasilidade não apenas em minha pele mulata, mas também no paladar. Tudo começou com o feijão, o bom feijão preto. Ele é natural daqui mesmo, da América do Sul, e já fazia parte da dieta alimentar de nossos indígenas. Quando os europeus chegaram, trazendo pelas correntes nossos ancestrais africanos, fizeram do feijão, cuja colheita era realizada principalmente pelas mulheres, um alimento comum a todos os grupos sociais. Da casa grande aos porões das senzalas, ricos e pobres, senhores e escravos, todos o saboreavam. Sim, os senhores também. Apesar de não gozar, digamos, de um status social muito elevado, na privacidade dos lares eles não dispensavam o delicioso feijão preto. Este hábito, que atravessava as profundas desigualdades sociais do Brasil colônia, foi fundamental para que a feijoada surgisse e se tornasse um símbolo nacional.

No entanto, dizem os historiadores que a feijoada não surgiu nas senzalas, como geralmente a gente aprende, mas nos restaurantes do século XIX. Ela seria uma reelaboração de influências estrangeiras, sobretudo o cassoulet, francês, e o tradicional cozido português. As transformações do Rio de janeiro neste período, principalmente com a chegada da Família Real portuguesa e sua gigantesca Corte, motivaram mudanças de hábitos e costumes. As ruas da cidade se tornaram um grande caldeirão cultural que fervilhava, preparando, com o nosso conhecido feijão preto e uma pitada de criatividade brasileira, as influências externas. Surgia a feijoada carioca, que, aos poucos, foi se popularizando e ganhando espaço nos restaurantes, sendo noticiada nos principais jornais da época. A receita definitiva foi ganhando forma com o passar dos anos, se consolidando no antigo restaurante Lobo, ou G.Lobo, como os boêmios preferiam chamar, importante ponto de encontro de estudantes e intelectuais que não gozavam de poder aquisitivo elevado. Com as obras de alargamento da rua Uruguaiana o "Globo dos pobretões", como era popularmente chamado, desapareceu, mas a receita já havia se espalhado.

Hoje todo mundo sabe os ingredientes para uma boa feijoada. O feijão tem que ser o nosso pretinho mesmo. Xô, fradinho, ninguém te quer! Não somos racistas, mas feijão branco não entra. Do porco tudo se aproveita. Ao lado do feijão, ele é a grande estrela desta festa! Para comer sem o peso de estar engordando, pelo menos o peso na consciência, a sabedoria popular diz que basta acrescentar uma laranja que ela corta os efeitos da gordura. Ninguém tem mais desculpa! Tem o arroz e a couve, verde e branco como o pavilhão da minha escola, que não podem faltar. Tem também, não podemos esquecer, a caipirinha, esta incomparável mistura nacional que sempre acompanha as melhores feijoadas. Os gringos adoram. A feijoada se tornou produto de exportação. Sua fama corre o mundo e atrai a atenção de turistas ávidos para experimentarem o sabor de nossa terra.

Os historiadores nos dizem muita coisa. O que eles não conseguem explicar é o sentimento do povo, e, como diz o ditado, a "voz do povo é a voz de Deus". A população afro-brasileira tem a feijoada como um dos seus símbolos, a utiliza como parte de seus rituais e momentos festivos, e nada mudará este fato. Ela está na exaltação de nossa consciência, que mantém viva a chama de Zumbi. Está em nossas homenagens aos pretos velhos. Está em nossos terreiros de devoção a Ogum guerreiro. Desde as festas nos quintais de Tia Ciata, é preparada pelas tias do samba, verdadeiras matriarcas que construíram os pilares da cultura africana no Brasil. A partir de 2003, quando a Portela resolveu reviver as antigas feijoadas de Tia Vicentina, elas entraram para o calendário mensal de praticamente todas as escolas de samba, atraindo cariocas e turistas para as quadras de ensaio. Hoje, sentindo o cheiro que se espalha pelo ar, estamos todos aqui em minha escola, a União de Jacarepaguá, para mais uma animada roda de samba que reúne, sem discriminação, o suburbano e o morador da zona sul. O rico e o pobre, brancos e negros na pele ou na alma, compartilham o mesmo prazer. A feijoada, em suas misturas e temperos, tem sempre a cor do samba. É o melhor sabor brasileiro.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sinopses 2011 - Inocentes de Belford Roxo



Oi Gentis!

Baseado na emoção, musicalidade, sonhos e irreverências dos meninos de Guarulhos.

Cantaremos e sambaremos através da ótica da alegria...

Irreverentes, os mamonas assassinas manifestaram de forma inovadora uma gama de desejos e pensamentos. Em suas musicas existem características peculiares atentando para pessoas que trabalham e lutam muito na vida, em busca de seu lugar "a sombra" já que o sol nasceu pra todos. Esse é o ponto alto do sucesso deles, já que o povo de um modo abrangente identifica-se com suas letras alegres, envolventes, irreverentes, mas que, ao mesmo tempo, chama atenção para as grandes diferenças com as quais convivemos.

Cantavam de maneira escrachada, debochada e hilária as dores, as carências e os desejos do ser humano. Os rapazes preferiram fazer as pessoas sorrirem ao invés de lamentarem a própria realidade e conseguiram através de suas músicas mostrar o cotidiano real de um povo sofrido, porém perseverante, com uma mistura inteligente de Rock do bom, samba, forró, Have Metal, entre outros.

Eles com genialidade musical conseguiram em suas composições sintetizar características e vivências reais de nosso cotidiano como desejos, ciúmes, traições, preconceitos, raiva, desprezo, abandono, entre outros sentimentos arraigados dentro de cada um de nós.

Uma de suas características era acreditar naquilo que diziam em suas músicas.

Até hoje há uma mágica e um enorme poder de domínio ao exaltarmos suas canções!

A magia dos meninos de Guarulhos que marcaram e invadiram nossos corações nos anos 90, com a alegria que lhes era peculiar mostrando-nos uma nova forma de fazer música, influenciados por gêneros e personagens populares conquistando o país de uma forma meteórica atingindo assim de forma avassaladora ao público de todas as idades, etnias e classes sociais.

Os Mamonas transformavam bagunça em arte, desobediência em música. Eram ingênuas, boas dançantes com letras e rimas incríveis dentro do contexto que representam.

Falavam que "minha felicidade era um crediário nas lojas" ou versos de incrível genialidade como "quando estou no trabalho, não vejo a hora de descer do andaime e ver o Van daime" música bem brasileira com uma linguagem simples e de fácil compreensão.

Um retrato alegre do Brasil. Sua arte era prazer popular rock operário loucura e circo, pobreza e prazer.

A perseverança , paixão pela música e o sonho de vencer é uma lição de vida deixada para todos aqueles que almejam uma vida melhor, um mundo mais justo

Não devemos jamais desistir de nossos sonhos, canta Inocentes

Mamonas para sempre!

Sinopses 2011 - Arranco do Engenho de Dentro



Das águas de um rio caudaloso tua imagem na rede é trazida emanando luz ao povo brasileiro és padroeira Nossa Sra. Aparecida.

"Sou caipira, pira, porá, Nossa Senhora de Aparecida ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida"

1º APLAUSO - MULHERES LENDÁRIAS, DAS MATAS E GUERREIRAS
És lenda e guardas mistério,
trazes a vida como parteira
seduzes com seu canto
és amazona e índia guerreira.
"Água dos igarapés, onde Iara, mãe d´ água, é misteriosa canção"

2º APLAUSO - MULHERES DO SEIO DA TERRA
Voz firme no palanque
morena de pele viçosa
pantaneira de beleza instigante
lapidas pedras preciosas.
"E um raio de sol nos teus cabelos, como um brilhante que partindo a luz explode em 7 cores revelando, então, os 7 mil amores que eu guardei somente pra te dar..."

3º APLAUSO - AS MULHERES E A FE EM SUAS RELIGIÕES
És rendeira e enfrentas espinhos.
Fazes das preces tua devoção.
Comandas águas e ventos fortes.
És sinhazinha em São João.
"Enfeita nossos sonhos, perfuma nossa ilusão. Flor da alma, me acalma, faz milagres em oração."

4º APLAUSO - AS MULHERES CULTIVAM E EXALTAM SUA BELEZA
Nos vinhedos cultivas a terra.
Borboleta revelando a beleza das terras geladas.
Lutas contra mortes inocentes.
Educas, dando futuro à criançada.
"Linda e sabe viver. Você é linda sim...onda do mar do amor que bateu em mim"

5º APLAUSO - MULHERES, AINDA GUERREIRAS, CONQUISTAM SUAS VITÓRIAS
És quituteira de mão cheia, quebras recordes e barreira social.
Brilhas na arte, ciência e cultura.
És eterna imagem do carnaval.
"Trabalha de janeiro a janeiro. Em fevereiro cai na delícia da folia"
Do úmido tanque ao teclado, da saia longa ao biquíni.
Superas tabus e preconceitos.
Passas de fora para dentro da vitrine
"Sexo frágil não foge à luta...Gata borralheira você é princesa. Dondoca é uma espécie em extinção."
És executiva e arquiteta
És ouro no podium e na vida
Diriges empresas e ônibus
Trabalhas em obras e pilotas carros de corrida

Sandro Gomes, Morgana Bastos e Walter Guilherme

Sinopses 2011 - Acadêmicos do Sossego



... E escuridão descia à face do abismo, quando o Deus eterno, que pairava ao semblante do nada determinou: Exista luz! E houve luz. A luz era boa, sagrada e divina; e então separou a luz da escuridão. Fez-se o dia, se fez a noite. Do início celestial a sua majestade, o Rei Sol, acabara de nascer! A partir de então uma corte sideral se fez. Nos confins do Universo, no sistema solar, nasceram as estrelas na expansão dos céus, para iluminar a terra e acompanhar, como guardiãs, o grande rei, nasceram os planetas para compor o clero divino do sistema solar, vieram os transnetunianos, como sacerdotes do paço imperial, as luas como condessas da noite e os asteróides como monarcas. Estava formada a realeza... A nobre corte no espaço negro e obscuro.

O Rei Sol, senhor de horizontes infinitos desceu místico para a Terra e encarnou-se à semelhança do homem como Deus e correu o mundo com diferentes nomes... Condecorado astro Rei, adorado, aclamado, o Senhor respeitado por quase todas as civilizações da antiguidade, cultuado nos quatro cantos do mundo, como o rei da vida. Quando o Sol encarnou na Grécia, Olimpo, morada dos mais belos deuses, se chamou Hélios que vagava nos céus em sua biga de fogo com cavalos sagrados. No império romano, o Sol encarnou como o Deus Febo, filho de Júpiter com Latona. Personificava a luz e era a mais bela divindade de Roma... Nas Cordilheiras dos Andes (montes Andinos), renasceu como Viracocha, divindade invisível, considerado como o esplendor original, o Senhor do Sol, Mestre do Mundo, sendo o primeiro Deus dos antigos Incas. Nas terras negras, nome do antigo Egito, o Sol, assume a divindade da natureza humana em um Deus zoomórfico chamado Rá, o principal ídolo da mitologia egípcia, um ser com cabeça de falcão conhecido como o deus do sol.

Sua majestade, o Sol, soberano e absoluto Rei celestial depois de descer à Terra e encarnar como Deus, se casa com a mãe Natureza e toma para si os ciclos naturais que governam a existência na Terra. Do casamento do Sol com a Natureza nascem quatro irmãos, que se tornam antigos espíritos do mundo. Dois deles se chamam Equinócios e governam o Outono e a Primavera, os outros dois se chamam Solstícios e imperam no inverno e no verão. Juntos determinam a roda do ano no calendário do sol. A vida humana passa então a girar em torno do grande rei que dá de presente para cada um de seus filhos uma Estação e se inicia a eterna dança entre as sementes do Outono e as flores da Primavera, o frio do Inverno e o calor do Verão...

O rei Sol existe há milênios. Nasceu da escuridão celeste, desceu à Terra como Deus, casou-se com a Natureza, concebeu filhos, (as Estações do ano) e hoje, na modernidade, é o grande Rei da alegria e tem adoradores por todo lugar. Na praia Ele é festejado e louvado, os guarda-sóis são templos, e os praieiros os seus seguidores. Nas micaretas e nos lindos blocos de rua do Rio de Janeiro, Ele é cantado e dançado, os abadás são a indumentária sagrada, a coreografia o rito santificado e a música o louvor. Todos saem na rua com a alegria do Sol. Os turistas que correm o mundo em busca do Sol, por fim, ressurgem como peregrinos em uma jornada de devotos em busca da alegria. Seus chapéus, roupas floridas e suas máquinas fotográficas, a exemplo, são ornamentos sacros. Tudo isso para reverenciar o grande Rei; a alegria.

O Sol nasceu para emanar luz aos quatro cantos do mundo e exterminar a escuridão da alma humana. Ele apaixona todo espírito quando desce ao entardecer em poente e renova toda esperança quando volta nascente no horizonte.

Salve o Sol! Sua majestade, o Rei Sol

Designer de Carnaval Fabianno Santana

Sinopses 2011 - Rosa de Ouro



A escola de samba Rosa de Ouro divulgou a sinopse do seu enredo do Carnaval 2011 "A chave do mistério", de autoria de Humberto Abrantes e Rogério Lima.

O tema vai focar a magia, desde os feiticeiros, passando pelos minerais até a magia das cores.

Confira o texto:

"A chave do mistério"

ABRACADABRA!

A MAGIA ESTA NO AR!
A CHAVE DO MISTÉRIO PRECISA SER DESVENDADA!

Suspense!
Emoção!
A sorte!
O Azar!
O bem e o mal!
Qual o mistério que envolve este fantástico mundo da Magia?

Primeiro Setor: A Magia da Sorte

Em tempos remotos os feiticeiros eram considerados curandeiros no seio das comunidades. Que mistério seria este?
Outro povo se destacava por sua ânsia de liberdade.
Qual o Mistério que envolve o povo cigano?
Que mistério é este que envolve este povo como o ar que ele respira? Da lua cheia retira a Magia da dança e da Música, da natureza a força e a energia.

E para Santa Sarah ele volta sua fé, seus pedidos e seus agradecimentos. A religiosidade faz parte da vida dos ciganos desde o nascimento até a morte e para poder cultuar seus santos sem serem vítimas dos preconceitos dos não ciganos é que eles costumavam se converter a religião dominante do local em que se estabeleciam.
Mas qual será o grande Mistério do povo cigano?

Por que um povo estabelecido numa terra rica e promissora, de repente, simplesmente levanta acampamento e, em levas, espalha-se pelo mundo, avesso a fronteiras e raízes de forma geral.
Qual a chave do Mistério dos filhos do vento?

Outro Mistério que nos acompanha são os Alquimistas. De onde teria surgido tal ciência que atraiu e fascinou tantos homens ilustres da antiguidade? Muito provavelmente já com o homem pré-histórico, observando sua fogueira e a forma como transformava madeira em cinzas, frio em calor, rochas em vidros. A História define como data provável do surgimento da Alquimia o período entre 300 a 1400 d.C. Os alquimistas eram homens que dominavam a metalurgia. Segundo algum historiador teria surgido no Egito Antigo e sua invenção atribuída a Hermes Trismegisto, inventor de todas as artes. Muitos povos praticavam a Alquimia. Em alguns países foi protegida e estimulada, no entanto em outros foi reprimida e perseguida.

A etimologia da palavra Alquimia é incerta, porém acreditava-se que derive do árabe AL KIMIYA, cujo significado é: ARTE MÁGICA EM TERRA NEGRA.

Os egípcios eram peritos em metais e acreditavam nos poderes mágicos de determinadas ligas metálicas. A principal meta da Alquimia é transformar metais vis em ouro. Que mistério é este???

SEGUNDO SETOR: A MAGIA DAS FORÇAS OCULTAS

Na sociedade indígena não existe Mistério maior que a figura do Pajé. Ele é o guia espiritual, uma mistura de sacerdote, feiticeiro com médico. Em certos casos o Pajé acumula também o cargo de chefe da tribo, não havendo, portanto cargo mais importante na sociedade indígena. Como médico possuiu a função de diagnosticar a doença e promover a cura com o auxílio de ervas e rituais denominados "Pajelança" que nada mais é do que uma Magia, um Feitiço, feito pelo Pajé. Como feiticeiro possui o conhecimento oculto para fazer poções e venenos.

Outra Magia, a do Fogo, pode ser assustadora, os resultados se manifestam de forma rápida e espetacular. O fogo é o elemento da mudança, vontade e paixão. Em certo sentido ele contém dentro dele todas as formas de magia e o processo de mudança. O fogo não é um elemento para os fracos, entretanto é o mais primal e por isso o mais usado. É o reino da sexualidade e da paixão. Ele não representa apenas o fogo sagrado do sexo, mas também a faísca de divindade que brilha dentro de nós e de todas as coisas vivas. Ele é ao mesmo tempo, o mais físico e o mais espiritual dos elementos. A natureza básica do fogo é ser purificante, destruidora, limpadora, energética, sexual e forte.

A Magia dos Orixás - O candomblé foi introduzido no Brasil pelos negros Iorubas, na Bahia. Basicamente é uma religião que cultua os orixás. Deuses associados às forças da natureza e sua liturgia é realizada no interior dos terreiros, também conhecidos como roças.
A Magia dos Mantras - O termo Mantra é de origem sânscrita e de certa forma podem ser considerados versos de algumas obras védicas usados para encantamentos e feitiços. Em essência não se trata propriamente de palavras de poder e sim de combinações de sons capazes de funcionar como suporte mágico para a mente. É o mais eficaz e poderoso agente mágico e a primeira das chaves para abrir a porta da comunicação entre os mortais e os imortais.

A Magia das Pedras - Todo mago tem suas pedras de poder as quais recorre com freqüência durante seus ritos de magia, usando-as como auxiliares energéticos ou elementos mágicos, materiais capazes de realizar certas ações específicas. Os magos as usavam, e ainda usam, como poderosos irradiadores de energias, capazes de anular magias negativas. Do ponto de vista energético as pedras são na verdade, ferramentas mágicas que podem ajudar a humanidade a retomar o caminho da saúde, do bem estar e da vida plena.

A Magia da Ilusão - Não há dúvida de que desde os primórdios, a magia desempenhou para o homem um papel importantíssimo, usada por uns, receada por outros até chegar a ser fonte de prazer e diversão. Hoje ninguém crê que o mágico possa realmente serrar uma mulher ao meio, fazer aparecer uma pomba de um simples lenço, oferecer uma rosa surgida do nada, no entanto presenciamos este fato com naturalidade. É assim que os feiticeiros dos nossos dias ganham em continuar o caminho de seus antepassados. É assim que o milagre se realiza finalmente. E é assim, mesmo sabendo que não passa de um truque ficamos fascinados com o milagre da ilusão.


TERCEIRO SETOR: A MAGIA DAS CORES.

Cor é vibração!
As sete cores do espectro vibram em freqüências diferentes. As cores exercem influência sobre as pessoas, física, mental, emocional e espiritualmente. A partir de seus centros energéticos (chakras), cada pessoa possui uma combinação de cores que a envolve. Pessoas sensitivas conseguem perceber a cor que emana das outras.
Quando um dos chakras brilha com mais intensidade, os demais têm a tendência de assumir esta mesma cor havendo assim sempre a predominância de uma delas. Todos nós somos orientados por uma cor. De acordo com esta cor predominante as pessoas podem se apresentar de maneiras diferentes.

A Magia do Vermelho - O vermelho é uma cor quente e incita as pessoas a fazer coisas. É a cor do chakra sexual, fonte da potencialidade humana. As pessoas vermelhas podem ser corajosas, impulsivas e rebeldes e utiliza toda sua energia na conquista de seus desejos. Usamos o vermelho para as magias envolvendo amor.
A Magia do Laranja - A cor laranja tem a ver com movimentação e pressa. É a cor da adolescência, pois é comum servir de base para decoração de ambientes jovens. As pessoas alaranjadas são sociáveis e gostam de festas. Magias para estimular a criatividade.

A Magia do Amarelo - As pessoas amarelas são ligadas a atividades intelectuais, pois vivem estudando. Encaram a vida de maneira prática e objetiva e tendem a ignorar o corpo. Sempre acham o jeito de ganhar dinheiro. O amarelo é a cor do sol. Magias de cura e desenvolvimento dos poderes psíquicos.

A Magia do verde - As pessoas desta cor dão valor à natureza e tem afinidade com as plantas. O verde é a mistura do azul com o amarelo. Assim, a mente funciona bem e elas são capazes de ouvir os outros. Quanto mais luminoso o verde maior será a disposição de trabalhar com outras pessoas. Magias para atrair dinheiro, fertilidade.

A Magia do Azul Claro - As pessoas de cor azul claro são reservadas e tem grande senso de observação. São contemplativas e dão muito valor a pequenos detalhes. Mesmo sendo meio bagunceiras gostam de se sentir num ambiente organizado. Magia para trazer tranqüilidade para o lar.

A Magia do Azul Escuro - As pessoas de cor azul marinho são inclinadas para atividades de ajuda ao próximo, principalmente aquelas ligadas à cura. Dotadas de uma grande calma interior são mais atraídas por práticas que se refiram com seu lado mais interior. Magia para garantir estabilidade no emprego.

A Magia do Violeta - O violeta resulta da mistura do vermelho com o azul. Sendo maior a quantidade de vermelho a expressão tende mais a sexualidade. Sendo maior a quantidade de azul a expressão vai para a sensibilidade e sensitividade. As pessoas de cor violeta precisam de amor e de admiração. São sensíveis e gostam de expressar a sensibilidade de maneiras diversas, principalmente pela música e artes plásticas. Apreciam coisas bonitas, tem que estar sempre criando, mas se não tem a capacidade de criar, sabem apreciar a arte. Magia para cura física e espiritual.

E para desvendar A Chave dos Mistérios de tantas Magias o Grêmio Recreativo Escola de Samba Rosa de Ouro traz para a Estrada Intendente Magalhães em seu carnaval 2011 "A Magia do Carnaval".
Sua Empolgação, Sua Comunidade, sua Alegria, sua vontade de transformar o sonho de vencer o carnaval em realidade.
Entretanto como aprendemos em Magia:

"... nada se cria através do nada".
O Nosso componente:
"Praticante da Magia do Carnaval"
...tem um sacrifício a cumprir:
"O Sentimento Mágico de Amor ao nosso Pavilhão"
Que
"A Chave do Mistério"
...Seja desvendada!
Que a Magia do Carnaval se concretize!
E que nos transporte a uma nova Era!
Rosa de Ouro 2011!

Presidente de Honra - Marcos Falcon
Presidente ADM - Hélio José (Julinho)

Carnavalescos: Humberto Abrantes e Rogério Lima