
A agremiação do Engenho da Rainha é uma daquelas escolas que jamais participaram do grupo Especial mas mesmo assim tem muita história e tradição. Primeiro por ser antiga, desfila desde os anos 50. Segundo pela própria trajetória da escola, que já passou pela maioria dos grupos, possui 4 títulos e já recebeu 3 estandartes de ouro em samba-enredo. O primeiro título foi em 1953, no grupo 2. Depois em em 1977, com o enredo "Do milagre da miscigenação ao folguedo do maracatu", no grupo 3. Em 1983, foi campeã do grupo 2A com o enredo "Os alegres pregões do Paço Imperial". O último título foi ano passado. Com "Doces lembranças" o Engenho venceu o grupo D. No grupo RJ2, esse ano, a escola não foi bem e quase volta ao RJ3. Mas conseguiu se manter. Desfilou com o enredo "Na Calada da Noite" e ficou na décima primeira posição.
Samba-enredo é uma especialidade do Engenho da Rainha. Como um todo, possui composições boas em sua safra e a grande maioria tem como característica ser mais cadenciado. Dificilmente um samba da escola é mais animado. Entre os melhores estão o fabuloso "Não existe pecado do lado de baixo do Equador" de 1985, primeiro Estandarte de Ouro da agremiação e "Dan, a serpente encantada do Arco-íris", clássico da escola, vencedor do Estandarte de Ouro de 1990. "O curioso mercado de ver-o-peso", de 1981 também está na lista dos meus favoritos, junto com o samba de 2010.
Mas o melhor samba da escola é o seu grande clássico. Foi apresentado originalmente em 1986, quando levou o Estandarte de Ouro. Foi reeditado em 2007 mas infelizmente não livrou a escola do rebaixamento. Independente dos resultados, "Ganga-Zumba - raiz da liberdade" é histórico. Letra linda, melodioso como a maioria dos sambas do Engenho. Uma obra-prima dos grupos de acesso, onde a escola sempre esteve e onde construiu sua tradição.
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