sábado, 5 de maio de 2012

Desfiles 2012 - Renascer de Jacarepaguá



Em sua estreia no Grupo Especial, a Renascer fez um desfile compatível com suas possibilidades financeiras e dentro do esperado para uma escola sem experiência no grupo. Errou muito, mas também acertou em alguns quesitos. O rebaixamento pode ter sido exagerado, tendo pesado o pouco nome da escola. Mas a comunidade de Jacarepaguá pode se orgulhar de ter feito uma passagem digna na elite, e pode estar certa de que tem totais condições de voltar em breve.

COMISSÃO DE FRENTE: Com uma coreografia simples e sem impacto, a comissão da Renascer não se destacou entre as demais. O efeito das latas de tinta rodando era interessante, sobretudo vistas de longe. Mas a apresentação em si foi fraca. O ápice foi a formação do nome da escola com as letras em neon, que muitas vezes falhavam. 

MESTRE-SALA E PORTA BANDEIRA: A apresentação foi insegura e demonstrou muito nervosismo. Algo compreensível diante da responsabilidade de estrear no Especial sendo os primeiros da noite, mas que fez a escola perder pontos preciosos. A fantasia era bonita e seguia o padrão do abre-alas.  

ALEGORIAS E ADEREÇOS: O abre-alas foi a melhor alegoria da escola, grande e impactante. Todo em branco, com luzes que davam um efeito de mudança de cor, abriu bem o desfile da Renascer. Possuía falhas de acabamento nas engrenagens, com partes de ferro à mostra. O segundo carro, da medusa, também foi muito bem concebido. A partir daí, as demais alegorias ficaram um pouco repetitivas e menos imponentes. Muitas esculturas remetendo às pinturas de Romero Britto e poucas novidades. O carro da pirâmide do Louvre era muito pobre e destoou muito dos demais. No terceiro carro, camas elásticas vinham acopladas, sem muito significado. O último carro, que trazia Romero Britto, trouxe de volta o bom gosto do início. 

FANTASIAS: De fácil assimilação, porém muito simples, mostraram perfeitamente a falta de recursos da escola. Detalhe negativo para a fantasia das baianas, que era muito pesada e comprometeu a evolução da ala. Elas não conseguiam nem girar durante todo o refrão. Muitas fantasias se limitavam a tecidos colados ao corpo, sem mais elementos decorativos, o que as deixava muito pobres. Excessivas menções à gravuras de Romero também as tornavam repetitivas. 

SAMBA-ENREDO: Funcionou perfeitamente para o desfile e fluiu bem durante a passagem da escola. Tem trechos melódicos interessantes, como o começo da primeira parte, final do segundo refrão e, sobretudo, a partir do verso "Do alto do morro..." até o final do samba. A letra só compromete no termo "pop arte", que não soa tão bem para um samba-enredo. 

ENREDO: A história de Romero Britto não se mostrou suficiente para preencher um desfile de grupo Especial. No Acesso teria dado mais certo. Muitas passagens do enredo estavam ali para "encher linguiça", o que comprometeu a produção de fantasias, alegorias e até do samba. Prova disso é o começo do desfile, com diversas alas representando a descoberta das cores por Romero. O segundo setor, sobre a relação de Romero com Caravaggio, também ficou forçado. A iniciativa de retratar a vida de Romero Britto, pouco conhecido no Brasil, é louvável, mas o momento não era adequado. 

HARMONIA: A maioria das alas cantou bem, mas a harmonia não foi perfeita em todo o desfile. Algumas alas, sobretudo na metade da escola, desfilaram com menos vibração. 

EVOLUÇÃO: Apenas uma corridinha no final atrapalhou o andamento do desfile, que no geral foi bom. Algumas alas tinham menos componentes, que ficavam muito espaçados. Como já foi dito, a ala das baianas teve evolução prejudicada pela fantasia. 

CONJUNTO: Interessante a utilização de cores no desfile, começando com branco e ficando colorido com o decorrer da apresentação. De negativo, a repetição de elementos com gravuras e pinturas de Romero. Mesmo que dentro do contexto, foi uma solução utilizada em excesso. Como já foi relatado, desigualdade entre os primeiros carros, mais ricos e bem concebidos, com os demais.

BATERIA: Uma das melhores do Especial, manteve a cadência e perfeita harmonia entre instrumentos. As bossas foram bem feitas e adequadas ao samba. Empolgou do início ao fim.

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