
Após um ano fraco em sambas originais, o carnaval carioca teve uma de suas melhores safras da última década em 2005. A maioria das escolas apresentou obras muito boas e mesmo as mais fracas não podem ser consideradas verdadeiramente ruins. Um saldo bastante positivo para a safra de 2005, cujos destaques são sempre lembrados como alguns dos melhores das respectivas agremiações. A Vila Isabel, que após quatro anos no grupo de Acesso retornava ao Especial, fez um belo enredo sobre as navegações, que resultou num samba muito bonito e poético. Conseguiu se manter no grupo, uma missão bastante difícil para as escolas recém-promovidas à elite. O samba da Imperatriz é sempre um dos mais citados em qualquer lista sobre os melhores sambas da escola mesmo quando não se fala apenas na década passada. Uma composição muito qualificada, leve e forte, sobre o delirante encontro dos personagens de Monteiro Lobato com os de Hans Christian Andersen. E o melhor samba do ano embalou o tricampeonato da Beija-Flor de Nilópolis em seu melhor momento no carnaval. De melodia mais pesada, como a escola gosta, a obra possui excelentes variações e uma letra excepcional. Um dos cinco melhores sambas da história da agremiação.
VILA ISABEL - 2005
Não sei se é a nostalgia, mas 2005 e 2006 são imbatíveis para mim. Escolheu perfeitamente os três melhores de 2005: Beija-Flor, Vila Isabel e Imperatriz. Foi um ano muito bom, apesar do vexame portelense - que, para mim, merecia Cair; Tradição estava melhor até que o chato Império Serrano.
ResponderExcluirO samba e o enredo da Beija-Flor - "em nome do pai, do filho, a Beija-Flor agora É TRI!" - são demais, uma aula de como contar uma história. Podem chamar de viagem maionésica, porém eu gosto de desfiles ousados, que vão além da óbvia pesquisa de Wikipédia. E a comissão-de-frente?? Um desbunde, haha! Lembro-me até hoje do amanhecer com a escola cantando como nunca mais fez no Século XXI.
Aliás, falando em Beija, acho 2006 incompreendido e, coincidentemente ou não, desde que Cid Carvalho saiu de lá a escola não me atingiu como fazia até então (2008 veio quase sem erros - só o periquito de asa quebrada -, mas não teve aqueeeele impacto).
Voltando a 2005, também destaco a Tijuca, que merecia empatar - para mim, foi o melhor do Paulo Barros até hoje, ele foi brilhante em TODAS as alas - com a Beija. Apesar de o samba de 2004 ser melhor, também adoro este de 2005 ("bruxas, vampiros, fantasmas da vida").
Curto os sambas da GR e Salgueiro, fora a reedição da Porto, grande erro do júri, pois merecia ter voltado nas campeãs no lugar da repetitiva e enfadonha Mangueira. Caprichosos bacaninha - ao menos tentando ser Caprichosos, ao contrário de Goiás, Xuxa, Espírito Santo etc - e Mocidade e Viradouro descartáveis.