sábado, 29 de janeiro de 2011
Os melhores sambas da década - São Paulo 2005
Inferior à do ano anterior, a safra paulistana de 2005 conta com algumas boas obras mas no geral não se destaca tanto. Algumas escolas conseguiram manter o nível ascendente de qualidade que vinha sendo obtido desde o início da década. Já outras erraram a mão e apresentaram sambas muito abaixo do esperado. Entre os grandes destaques do ano estão sambas mais melodiosos, de variações mais marcantes e dolentes, característica bem típica das composições paulistanas. A Mancha Verde, que acabara de ascender ao grupo Especial, marcou sua estreia com um samba muito bonito sobre o Mato Grosso, uma amostra da qualificada safra que a escola apresentaria nos anos seguintes. A Império de Casa Verde conseguiu seu primeiro campeonato emabalada por um samba emocionante, com uma melodia em tom de clamor que seria a principal característica dos sambas posteriores da escola. A exaltação ao amanhecer no refrão principal também seria uma marca das composições do Tigre. E a Rosas de Ouro, com um lindo enredo sobre a rosa, apresentou um samba espetacular, diferenciado e muito bonito. Infelizmente a escola sequer conseguiu voltar no desfile das campeãs. Destaque para os cantores Belo e Alcione, que participam das faixas da Mancha e da Rosas, respectivamente.
MANCHA VERDE - 2005
Enredo: Da pré-história aos transgênicos: Mato Grosso. Uma Mancha Verde no coração do Brasil
Compositores: Vaguinho, Jaú, Turko, Celso, Ademir, Levi Sintonia, Fabinho LS, Marcos, Thiago, Victor, Tucuruvi da Mancha, Duda, Lelé, Divino, Marquinhos e Pindaia
Mancha em poesia
Na história foi buscar
Um carnaval pra te emocionar
Mato Grosso terra cheia de encantos
De metamorfose radical
Admirar, sua formação sua grandeza
Relicário de beleza, no coração do meu Brasil
Na chalana naveguei, pelo mar de Xarayés
O meu sonho conquistei, encontrei o meu amor
Onde o Verde é esperança e o Branco é a paz
O meu samba é a "Mancha" que o tempo não desfaz
Iê eis o bailar das borboletas
Iê a passarada a revoar
Flora traz a melodia
Vitória-Régia és o meu cantar
Cerrado que viu nascer a febre do ouro
Em Vila Bela este imenso tesouro
Virar cobiça e ambição
No Guaporé negro lutou, contra o terror
Quanta bravura, hoje faz valer sua cultura
Alto-Xingu, o índio gigante guerreiro
O Araguaia e o povo místico, verdadeiro brasileiro
Cenário de grande ascensão
Deus abençoe este grão, tens futuro à conquistar
O mundo sagrada raiz
Mato Grosso meu Estado, meu País
Vai passar a mais querida
Mancha Verde na avenida
De "chapa e cruz" Mato-Grossense eu sou
Que esplendor
IMPÉRIO DE CASA VERDE - 2005
Enredo: Brasil: Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Compositores: Vaguinho, Carlos Júnior e Raphael
Desbravando continentes
Voando numa nave espacial
Vejo o fim do então primeiro mundo
O medo do futuro é universal
É nova era
O ser humano se transforma em munição
Parece até que é brincadeira
Tudo por um pedacinho: "assim" de chão
Vaca louca adoidado, até frango ta gripado
Veja só que ironia, o alerta é geral
Bate forte bateria, eu quero é carnaval
Sou mais você Brasil
Ó pátria mãe gentil
Esculturada por Nosso Senhor
Terra do samba e do amor
É lindo ver o povo brasileiro
Otimista e guerreiro
Nunca perde a esperança
Sempre se virando como pode
Quem não pode se sacode
Em busca do seu ideal
E Por falar em sonhos e conquistas
Eis um nobre idealista
Revolucionário imperial
Saudade, vá de encontro ao infinito
Nesse imenso azul e branco
Que hoje serve de manto
Pra esse ser iluminado
Que ao lado de Deus
Se faz presente na avenida
Eterna estrela dos meus carnavais
Valeu, descanse em paz
Amanheceu
Desperta amor, é novo dia
E com o Sol vem meu Império
Nesse sagrado paraíso da alegria
ROSAS DE OURO - 2005
Enredo: Mar de Rosas
Compositores: Emerson de Paula, Osmar Costa e Dema de Deus
Conta a lenda
De uma prova de amor, uma transformação
Afrodite chorou, derramou seu encanto
Uma rosa nasceu, o mar se perfumou
Um mundo pleno de vida, maravilhoso jardim
Sonho enfeitado, com flores e rubís
Pro rei se deslumbrar, do reino de Sabá
A rainha mandou levar
Gente jovem pra agradar
Mil belezas de encantar
Cidade eterna
Ornada com rosas
Festas e banquetes
Loucuras no ar
Divina imagem com rosas aos pés
É o amor
Do alto homenagens em forma de flor
Que esplendor
A "Guerra das Rosas" muito sangue derramou
A ordem criada por Dom Pedro imperador
A "Rosa de Hiroshima", poetinha o criador
A musa de Caymmi, que Cartola eternizou
Linda mulher, a mais perfeita flor
Um mar de rosas
De ouro pra entregar
Iemanjá
Abra os caminhos, minha escola vai passar
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Concordo com os três escolhidos, mas discordo que a safra tenha sido pior que a de 2004. Na minha opinião esta foi a melhor safra de São Paulo até hoje. E eu ainda acrescento a esses três o samba da Vai-Vai, um dos melhores de todos os tempos (apesar de ser a minha escola do coração, o que tira um pouco a credibilidade da minha opinião hehe).
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Boa noite André, parabéns pelo seu blog, está muito bem feito!
ResponderExcluirEu colocaria aí entre essas o samba da Vai-Vai, não sou especialista em letra, muito menos em melodia, mas é um samba que eu gosto muito. Pra mim, em 2005, Império e Vai-Vai tiveram os melhores sambas.
Continue assim com teu blog!
Valeu pela força Fernando!
ResponderExcluirVocê e o Filipe comentaram sobre o samba da Vai-Vai, e vou dizer pra vocês que ele quase entrou. Fiquei com muita dúvida sobre colocá-lo ou não mas no fim acabei deixando-o de fora. É mais uma opinião pessoal mesmo, já que muita gente o considera como um dos melhores. Particularmente acho a letra dele muito simples e pouco abrangente em relação ao enredo, o que dificulta um pouco o entendimento do mesmo sem um conhecimento prévio. A melodia tem algumas boas variações mas a acho inconstante ao longo da obra, alternando bons com outros nem tanto, como no refrão principal.
Mas samba-enredo é algo que sempre gera opiniões muito diferentes e assim que é bom ;)
Obrigado pelos comentários e pela força!
André Ramos
gosto dos 3 sambas citados! Tbm colocaria nesse meio. Vila Maria e Vai-Vai.
ResponderExcluirEsse samba ( Rosa de Ouro 2005 ) nào tem igual . É uma poesia em forma de samba de enredo.Arthur Marega
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