segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os melhores sambas da década - São Paulo 2001



No começo da década os sambas de São Paulo começavam a se aprimorar, mas a safra de 2001 talvez seja uma das mais fracas do período. Os sambas em sua maioria são bastante nivelados, com letras não muito elaboradas ou melodias pouco ousadas. Apesar de haver algumas obras que se sobressaem, duas em especial podem ser consideradas grandes composições do carnaval paulistano: as de Vai-Vai e Mocidade. A Vai-Vai sagrou-se bicampeã com um enredo sobre a busca pela paz. Com uma letra compacta, conseguiu passar bem a mensagem do abstrato enredo. O refrão do meio é o trecho de maior destaque. A Mocidade ficou apenas na oitava posição mas seu samba é o melhor de 2001. Seu grande diferencial é a melodia, muito valente. Os dois sambas se destacam por serem os que melhor alinham letra e melodia. Apesar disso, se comparados aos sambas dos próximos anos, são inferiores.

VAI-VAI - 2001



Enredo: O caminho da luz à paz universal
Compositores: Zéca, Zé Carlinhos, Naio Denay e Ronaldinho

Brilhou...
A luz no universo, clareou
O sol irradia o calor
Que é a fonte pra vida
Que esplendor
Surge a natureza no planeta
Que o ser humano iluminado dominou
Na luz da razão o bem ou o mal
Reluz dentro do coração

Pra quem tem fé, axé
Um Deus pra nos guiar
"Ele" é a benção em toda crença
"Ele" é um só pastor
E nada nos faltará


Mil fagulhas cintilantes
Trilham o céu dos geniais
Tantos homens de mentes brilhantes
Se tornaram imortais
Mas o mundo se mostrou
Desumano sem calor
Só a luz da consciência
Pra reacender o amor
Me de a mão, somos irmãos
Vamos caminhar
Buscar na luz celestial
A paz universal

O Bixiga balançou
Iluminou toda cidade (a bateria)
Arrepia da um show
Vai-Vai é luminosidade



MOCIDADE ALEGRE - 2001

Enredo: A lenda da lenda - do fascínio de Ophir ao mistério das Encantadas
Compositores: Ratinho, Biro-Biro, Ricardinho, Raphael e Gudi



Lenda vamos mostrar pra você (vem ver)
Antes de Cristo nascer
Navegou pra conquistar
África era o destino da realeza
Dos fenícios buscando riquezas
Originou-se então Ophir
Pindorama, fauna, flora que encanta
Exuberância sem igual
Terra da dança, da lua, dos deuses
Das grandes mulheres guerreiras, Tupinambás
Da aliança de reis surgiu
Prosperou Nova Canaã
Explorou-se riquezas mil
Que fama e cobiça atraiu

Ouro, prata, ferro e cobre "quem vai querer"
Pau-Brasil e pedrarias "tem pra vender"
De Pindorama pra você


E assim, tudo ia muito bem, esqueceram-se porém
Do deus das profundidades, nos festejos da cidade
Tudo que era felicidade, com sua ira destruiu
Em noite de lua cheia
A Morada do Samba incendeia
A lenda é lenda no Piauí, eis aqui

A Mocidade é mistério e magia
É sonho, é fantasia que esplendor
Encanto e fascinação
Pro seu coração... Vem amor

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