"Um Amor de Carnaval"
A cortina se abre... Entram em cena com o GRES Unidos de Lucas os astros do espetáculo mais bonito da terra, para brincar de ser feliz e amar como nos velhos tempos venezianos.
"Uma cortina
Um batom
Um violino
E cheiro de festa"
E quando a arte se tornava cada mais importante para a forma de expressão de cada povo... Reluz a "Comédia da Arte" em Veneza. Traçada do improviso, do brilho... Um baile de máscaras que despertava amores nos salões, que fazia o confete e a serpentina se tornarem parte da vida e do riso estonteante.
Personagens ganham vida em obras teatrais, as máscaras relutam a expressão de cada face e o povo vive a sorrir, encontrando seu espelho nos sentimentos de cada ator. E as nômades carroças chegam às cidades prontas para alegrar, contagiar, emocionar o público. Quem sabe fazer amar?
"... Embriagados
Licores...
...Confetes
Serpentinas...
E muitos
Muitos mesmo,
Mascarados!!!!"
A poesia entra em cena, nas danças e músicas, assim anuncia o Plebeu... O público está lá querendo que os personagens o façam delirar e viajar para um mundo distante. Um som melancólico no dedilhar do violão se torna cada vez mais passional. E o Pedrolino - Pierrot surge, pronto para amar a dama... O serviçal "manchado" de branco queria apenas um pouco do doce carinho da amada.
A bela e refinada criada, esbanjava sedução e encantava os "pobres". Ela girava, cantava, dançava e fazia acreditar que o sonho de outros poderia ser realidade. Colombina de muitos e poucos amores verdadeiros, que fez da lua seu verdadeiro amor, em forma de poema.
Eis que o servo espertalhão brinca de ganhar seu coração, Arlequim preguiçoso, estúpido, que em seus paços de dança debochados, acreditava que brincar de amar era viver. Entre beijos doces roubados da amada, uma paixão de momentos. E vive assim, fascinado pelo desejo, pronto para persuadir o coração alheio com o dom da conquista...
"Um plebeu
Uma Colombina
Um tolo Arlequim
Um miserável Pierrot!"
O trio de amores ganha forma, ganha expressão de sentimentos... A dama esnoba, o malandro brinca de amar e o pobre serviçal ama de verdade... Pois se define, o marido Pierrot, o amante Arlequim e a dama Colombina, "apaixonada". Um amor do baile mascarado, um amor de ilusão, visionário...
E quem imaginaria que em "carroças" a arte da comédia apaixonante chegaria à França? Onde ganhou improviso, nomes refinados e por fim... Chegou à terra tropical, na terra das paixões nativas, tupiniquins...
A primeira influência da arte francesa junto com o refinamento da comédia italiana fez da terra brasileira o novo palco e cenário para o trio amoroso, que de passagem foi a alegria do povo. E foi assim que o governante do Rio de Janeiro ordenou uma semana de festa, de confetes e serpentinas para "sustentar" de alegria o povo.
"Nos quatros cantos do salão
Um cantinho à parte
Plebeuzinho na janela
Espia em vão toda a arte!"
A festa era para coroar e homenagear D.João, que misturou canções portuguesas a Comédia dell´Arte. E a tradição se seguiu, depois de anos, as máscaras misturam a paixão do povo em brincar e se divertir pelas ruas. No nosso carnaval, fábrica de sonhos, de imaginação, o trio amoroso de inspiração italiana, é até hoje uma fonte de inspiração para quem acredita e sonha na liberdade. As cortinas do sonho se fecham e literalmente, vivemos um "amor de carnaval".
"Dançar no salão em festa é fazer poesias.
E em noites de verão...
Amar!"
Autor do Enredo:
Thiago Meiners
Carnavalesco:
Leandro Mourão
Referência: Monólogo à Arlequim, Colo
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