quarta-feira, 8 de junho de 2011
Sinopses 2012 - Beija-Flor de Nilópolis
"Areias infindas das terras das palmeiras do meu país, depois do oceano, do areal extenso, o horizonte imenso, onde a terra esboça luz. Upaon-Açu, solo sagrado, terra de encantarias, onde vive em plena mata, a tribo dos homens nus. São guerreiros dos cumes dos montes, dos vastos horizontes, onde canta o sabiá. São combatentes bravos, que não se fizeram escravos do estalar do açoite dos que vieram te dominar.
Sem saber o que esperar, três Coroas te cobiçaram as riquezas, os relatos do Novo Mundo inflamaram as paixões, por cidades de ouro puro a serem descobertas, de fantásticos prazeres, ilusão hiperbólica dos seres, transformados em quimera bestial.
A França te fundou, Holanda te invadiu, mas Portugal conseguiu, por fim, te colonizar. Mas para tanto, o que se deu foi um quadro medonho e triste, que, ao surgir, no mar se achou. Abrindo as velas ao soprar das virações marinhas, surge espectro sombrio. Em meio às brumas, desenha grande navio, que traz um canto funeral. Choro, amargura e horror fazem do cúmulo da maldade, a mordaça da liberdade para triste multidão; o navio da escravidão, ferida aberta nos mares, vem macular os ares de São Luís do Maranhão.
Fatalidade atroz, envolve reis e rainhas, soberanos de selvas longínquas da majestade dos leões. Ontem belos, livres e bravos, agora míseros escravos; sem luz, sem lar, sem amplidões.
E a terra se desdobra, cresce, evolui, se renova, a ferro, fogo e escravidão. Mas nos planos divinos, nos reinos cristalinos, nos píncaros da luz eterna, surge nova terra, cultivada à força da oração.
Upaon-Açu, ressurge agora mística no poder dos voduns e ao som dos tambores de Daomé, na manifestação dos antigos e na força do candomblé. Desse misticismo santo, surge a alegria e o encanto das festas que te enfeitam, por vezes, como o Boi morto e ressuscitado da negra mãe Catirina, celebração divina em meio a enfeitados casarões de azulejos portugueses; teu folclore tem brilho farto, que à tua riqueza conduz.
Terra dos ludovicenses, Ilha do Amor e dos mitos da Fonte do Ribeirão, da terrível serpente encantada, da lenda da praia do olho dágua, de Iná princesa, e do milagre de Guaxenduba. Fala-se de uma sinhá incompreendida, que virou assombração, e no soar da meia-noite, surge o espectro sinistro, ouvem-se o ranger de correntes, estalar de açoites, seres sombrios como a noite, escravos arrastados em imenso turbilhão.
E a Sinhá Ana Jansen sofre agora, aprisionada em carruagem encantada por antigos escravos seus, furiosos, desesperados, cortejo de celerados, esquecidos filhos de Deus. E a cena só termina, quando o galo, na campina, anuncia o dia raiar.
São Luís, capital do Maranhão, terra de Alcione, de Joãozinho Trinta, de Zeca Baleiro, de Rita Ribeiro, do Reggae Brasileiro, de Gonçalves Dias, de Ferreira Gullar e Josué Montelo.
Vestindo a fantasia, vem celebrar nossa folia o fofão, o vira-lata, cruz-diabo, o corso do meretrício e as cabrochas a brincar com os mascarados dos salões do Moisés.
Em meio a tanta festa reluz o Eldorado da bauxita, minério batizado pela Coroa que te fundou e que desconheceu essa tua riqueza, que hoje é chama acesa para que possas progredir; na luz dos céus incomparáveis do futuro que te aguarda, na imensidão, para te consagrar, enfim, São Luís, pérola sagrada da Coroa encantada do glorioso Maranhão."
COMENTÁRIO: Sinopse com a cara da Beija-Flor. O que pode ser muito bom já que sabemos que quando a escola vem como gosta certamente é candidata ao título. Mas pode ser ruim, já que repetir a invariável estrutura de enredo ao falar sobre cidades pode dar ares de "já vi este filme" ao desfile. Ainda mais porque o Maranhão já passou diversas vezes na Sapucai, forçando a escola a tentar abordar aspectos diferenciados. Sobre o enredo, fala da cidade de São Luís de um ponto de vista mais místico, sem esquecer a parte histórica e cultural. Torci para não ler "Agotime" no texto, o que felizmente aconteceu, já que a dita cuja já esteve presente nos desfiles de 2001 e 2007 da Beija-Flor. Apesar de curta, a sinopse é bem escrita e dá uma boa noção do que a escola irá apresentar. Não enche meus olhos ver mais uma vez São Luis na avenida, sobretudo na Beija-Flor, que recentemente já fez Macapá e Brasília e há dez anos atrás falou da mesma São Luis. Em se tratando da agremiação nilopolitana podemos esperar um desfile luxuoso e com a garra de sempre, porém dificilmente conseguirá surpreender e estabelecer maior relação com o público.
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Esse enredo é "o enredo", não tem essa de repetição não; desfiles de carnaval sempre inova e as surpresas serão muito mais intensas nesse desfile. É preciso respeitar a equipe de carnaval da Beija-flor, mesmo porque, a escola sempre trabalha para fazer diferente e o chão dessa agremiação está pelo menos uns 10km na frente das demais, é algo visível a ponto de quem está de fora dar gargalhadas ao ver tanta disposição.
ResponderExcluiré uma mnesmíce de sempre nós espectdores do carnaval queremos ver, ouvir, mas principalmente sentir um carnaval inovador ,entretanto não esquecendo do tradicioalismo temos que ter sambas com ritmo pra o povo cantar como a mangueira fez ano passado! Sou beija flor de coração, mas não fiquei feliz com sa suas escolhas!
ResponderExcluirNão fala em "Agotime", mas fala em "Daomé". Enjoativo, já consou...kkkkk E o pior é que estão sempre achando que está tudo perfeito.!
ResponderExcluirPARABENS! AGORA É ABALAR NA AVENIDA!!!
ResponderExcluirEu Sou Maranhense mas nao vai por causa disso que eu quero que a beija flor ganhe. eu vou torcer sempre para a Estação Primeira de Mangueira.
ResponderExcluirBjinhos
Eu sou Maranhense, mas ñ vai ser por causa disso que eu vou torcer para a beija flor.
ResponderExcluireu sou e sempre serei Estaçao Primeira de Mangueira
CAMPEÃ