sexta-feira, 10 de junho de 2011
Sinopses 2012 - Imperatriz Leopoldinense
"'Briguei pela boa causa, a do homem e a da grandeza, a do pão e a da liberdade, bati-me contra os preconceitos, ousei as práticas condenadas, percorri os caminhos proibidos, fui o oposto, o vice-versa, o não, me consumi, chorei e ri, sofri, amei, me diverti.'
Jorge Amado (Navegação de Cabotagem, 1992)
Ave Bahia! Bahia sagrada!
1912. A lua prateada banha o céu de axé...
Eis a coroa de Oxalá, o Senhor da Bahia!
Venha nos proteger, meu Senhor do Bonfim!
Vem do mar a esperança... Litoral de magia... Iemanjá! Oferendas à rainha do mar!
"Ela é sereia, é a mãe-d’água, a dona do mar, Iemanjá"
Velas bailam ao som do vento baiano. Veleiros, canoinhas e jangadas, deixem-se levar.
"...cerca o peixe, bate o remo, puxa corda, colhe a rede
Canoeiro puxa rede do mar..."
Jorge, Amado Jorge... Eis aqui sua história, vida e memória!
Vai, criança baiana; descubra os segredos dessa terra.
Jorge conheceu fazendas, ruas, vielas,
Becos e guetos, tipos e jeitos.
- Quem quer flores? Frutas? - grita o vendedor.
- Olha o acarajé! - oferece a velha baiana.
Águas de Oxalá! Venha ver a Lavagem do Bonfim!
As letras lhe chegam num sopro. Um vento de liberdade em defesa do povo.
Ah... O Rio de Janeiro... Nova casa do rapaz escritor.
Graduado na vida e na universidade.
Na política, com o "coração vermelho", se engajou.
É a vida na capital. Amigos, papos e mulheres...
Ah... As mulheres... Vida perfumada e sensual...
Bares e cabarés... Eis a malandragem, o primeiro livro: o "país do carnaval".
Primeiros romances. Romances da guerreira e apimentada Bahia, sua eterna paixão.
O ciclo do cacau, grande inspiração.
Viver nas areias da história e sonhar em ser capitão.
Um ideal. O valor do homem. O reconhecimento da valente alma do povo.
Vivência e personagens se confundem. Verdadeiros baianos traduzidos nos folhetins.
Onde está a liberdade?
Essa é a "Bahia de todos os santos", de toda gente! Gente brasileira.
Doce amor, doce flor. Amiga, companheira, parceira de letras e caminhadas
Que o segue fielmente pelo "sem fim" do mundo.
Retornar a sua origem... Os passos rumo à alvorada da literatura.
Rumo à consagração: premiado e Amado. De farda e fardão.
Busca no tempero de Gabriela os sabores da vida. O aroma da crônica do interior.
A brisa que balança as madeixas da morena embala palavras ao encontro de Dona Flor.
Tieta do "chão dos prazeres", do agreste. Tereza Batista, "fonte de mel".
Mulheres e "milagres" do Nordeste.
Jogue a rede, pescador! Traga do mar de memórias as palavras inspiradoras.
Hoje o capitão é Jorge Amado. Capitão de sua navegação. "Navegação de Cabotagem".
Misticismo e miscigenação, a alma desse chão.
Que Exu nos permita caminhar! "Se for de paz, pode entrar."
Okê Arô Oxossi! Salve todos os Orixás! Joga búzios, canta a reza!
Kaô kabesilê! Kaô meu pai Xangô! Jorge é obá no Ilê Axé Opô Afonjá!
Ora iê iê Oxum! Mãe de Mãe Menininha do Gantois, amiga na fé, axé!
É festa na ladeira do Pelô! É festa na Bahia! Fervilha a mestiça terra de Jorge!
A Magia dos Filhos de Ghandi... É energia do sangue nordestino...
Tocam atabaques e alabês. O Pelourinho estremece! Vem descendo o Ilê Aiyê!
É o tambor! É a força do ritmo! É o som do Olodum!
Venham, amigos queridos! Amada família do escritor, venha conosco cantar!
100 anos do nascimento de Jorge Amado... Comemora a Imperatriz Leopoldinense!
De alma e coração, vamos todos brindar ao mestre das letras!
Sentadas sob a sombra da copa de uma grande árvore, suas palavras vão para sempre descansar...
Jorge, Amado Jorge...
Muito obrigado!
Hoje, a ti canto e me declaro:
sou mais um gresilense apaixonado!"
COMENTÁRIO: Até o momento, a melhor sinopse. Não só pela estrutura de poesia , que deixa a leitura agradável e interessante, mas pelo próprio enredo, que deve proporcionar um lindo desfile à Imperatriz. Alguns certamente criticarão o fato da Bahia e seus orixás já terem passado incontáveis vezes na Sapucaí, mas mesmo assim acho que apresentados sob o contexto de Jorge Amado devem dar um resultado interessante. E para a própria escola isto pode ser muito bom, pois depois de anos apresentando enredos densos e frios, desta vez deverá vir bem leve e colorida (para alegria de Max Lopes), estabelecendo também mais contato com o público e, quem sabe, finalmente animando seus componentes. Sem falar que a Imperatriz já se deu bem falando da Bahia, em 1980, quando foi campeã com o enredo "O que que a Bahia tem" e um dos melhores sambas de sua história. E também foi levando a literatura pra Sapucaí que a escola fez seu último grande desfile, em 2005, com "Uma delirante confusão fabulística". Ou seja, cenário bastante favorável à agremiação de Ramos, que, com a ala de compositores que tem, certamente irá em busca do terceiro Estandarte de Ouro consecutivo no quesito.
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