domingo, 7 de agosto de 2011

Eliminatórias 2012 - Império da Tijuca

Parece que os compositores do Imperinho gastaram toda a sua inspiração no período de 2007 a 2010, quando a escola tinha sambas maravilhosos em sua disputa. Em 2011 a safra foi bem fraca e manteve o nível para 2012. Poucas parcerias se inscreveram para as eliminatórias, apenas 12. A maioria dos sambas tem pouca qualidade melódica e letras fracas. Pouquíssimos se salvam. O enredo não foi muito bem assimilado pelos compositores, que produziram sambas extremamente superficiais. As obras tratam o enredo de forma abstrata e pouco objetiva, sem passar a mensagem com clareza. A esperança é que, da mesma forma como aconteceu ano passado, o samba vencedor cresça na voz do intérprete Pixulé e na avenida. Até porque a maioria das gravações tem baixa qualidade sonora, o que tira um pouco a noção exata do que os sambas tem de melhor. Porém isso não é desculpa para a safra ruim da escola, que tantos excelentes sambas tem em sua história.

Resumindo: Safra muito fraca. Sambas muito superficiais e subjetivos, que não passam a mensagem do enredo.

Abaixo, os três melhores sambas da disputa da agremiação da Formiga, na opinião do Carnaval de Avenida.

O samba de Adilson da Viola, Laert Inácio, Tiãozinho e Vicente das Neves tem como principal característica uma melodia diferenciada e com teor etéreo, condizente com o enredo, sobretudo no refrão do meio e no final da segunda parte. Bem original e pertinente. Nas demais partes é mais acelerado e empolgante. A letra, apesar de ser bastante subejtiva, ainda possui mais informações que a maioria das demais obras. Na primeira parte, alguns versos soam maiores do que a métrica da melodia, mas nada que compromete muito.



Compositores: Adilson da Viola, Laert Inácio, Tiãozinho e Vicente das Neves
Intérprete: Vicente das Neves

É canto, é arte e poesia
É deslumbrante e surreal
Vejam o Império da Tijuca
Traz "utopias" para esse carnaval
Viajando em pensamentos de Pasárgadas
Outros lugares imaginários encontrei
Cidades, reinados e civilizações
São ficções que vi em outras dimensões
Vem lá de longe, o que o tempo fez guardar
Lindas paisagens que enfeitam o meu olhar

Se é folia, vamos cantar
Não me peçam pra não sonhar
Nessa viagem vou além do meu pensar


Ahh... São delirantes esses meus devaneios
Maravilhosa sedução
No traço do compasso faço a minha fantasia
Criando e recriando a criação
Dando vida aos personagens
Envolto em minh´alma
Me sinto em harmonia
Se a vida imita a arte
Meu sonho tem um algo a mais
Guiado em contos de artistas imortais

Império é o meu amor
É a razão do meu sonhar
Seu verde e branco tem magia
Em sintonia com a nossa bateria



Bastante compacto, a obra de Cabral Gadioli, Fernandão, Henrique Badá e Jacy Inspiração é curioso. A letra não descreve a sinopse do enredo, apenas fala sobre ela. É como se fosse uma sinopse da sinopse, mostrando apenas a essência do enredo. Interessante porém um pouco arriscado no que diz respeito à avaliação dos jurados, caso vá pra Sapucaí. Os dois refrões são bastante explosivos e a melodia como um todo é boa. A letra também é poética e bem produzida. Detalhe que a segunda parte tem apenas 4 versos, assim como os refrões, uma métrica bastante incomum.



Compositores: Cabral Gadioli, Fernandão, Henrique Badá e Jacy Inspiração
Intérprete: David do Pandeiro

Aos confins da imaginação
Em pensamento viajei
Morro da formiga o paraíso
Entre tantas maravilhas encontrei
Há tanta gente buscando razões para ser feliz
Nesse mundo de magia
Tantos castelos criei
Nos contos de fada na mãe natureza
Que bom fantasiar o dia-a-dia
Mesmo que seja utopia
A vida fica mais bonita assim
Quero extravazar minha alegria
Desfilando por lugares que em sonho conheci

A Império da tijuca em alto astral
E vamos nós viajando
Nesse cenário em festa
Parece que ainda estou sonhando


É lindo ver o povo irmanado
O vento soprando um canto de paz
O som da orquestra por todos os cantos
A voz da criança em versos me diz

Meu orgulho é ser Tijucano
Fazer desse sonho... Um sonho real
O artista traçando seus planos
Faz esse eldorado virar carnaval



Leozinho Nunes, Sérgio Alan e Zezinho Professor compuseram um samba que, se textualmente tem suas limitações, pega na veia com a melodia. Bastante forte, sobretudo nos refrões, o samba empolga do início ao fim, e esta característica pode ser bastante relevante na escolha da escola. A letra é bem menos profunda do que a do samba anterior, mas a melodia se destaca a ponto de suprir essa deficiência. A disputa no Imperinho está bem aberta, mas o Carnaval de Avenida aposta neste samba.



Compositores: Leozinho Nunes, Sérgio Alan e Zezinho Professor
Intérprete: Igor Sorriso

Uma viagem sem fim
Leva aos confins da imaginação
E a perdidos horizontes, mirabolantes
A mente em ebulição...
Você vai ver cada lugar
Seus mistérios explorar
Admiráveis mundos novos
Fantasia e sedução
Reinos que ninguém avistou
Devaneios fabulosos
Utopias que nossa mente criou

Desbravei, lutei
Cheguei aonde o sonho me levou
Uma doce visão - me encantei
"Amigo do rei" eu sou!


Em busca de justiça e igualdade
O homem se refugiou
Em outra realidade
E estranhas paisagens criou
País de maravilhas
Lugar de utopias
Um mundo real
Tesouros escondidos
Quimeras, paraísos
Tudo isso vira carnaval

Vem a formiga desfilar feliz da vida
A bateria faz o povo delirar
Nessa passarela de utopias
Deixa a fantasia nos levar!

Um comentário:

  1. Hammmmmmmmmmmm!!!!!!!!!! acho que o joven está equivocado! e tb se contradiz ,quando aponta um dos melhores sambas, o samba que menos nos remete ao enredo que é o samba 5 . Gostaria que o senhor lesse mais a snopse. e escutasse com mais atenção os outros sambas . pois o seu racicinio me pareceu falho as vz.

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