Samba-enredo 2011 - Alegria da Zona Sul

A Alegria da Zona Sul foi a segunda escola do grupo de Acesso A a escolher seu samba-enredo para o próximo carnaval. A parceria vencedora foi a de Alexandre Alegria, Telmo, Adelson, Vagner Silva e Serginho Gama. De certa forma foi uma surpresa, já que o samba não estava entre os mais cotados. O Carnaval de Avenida nem o havia relacionado como um dos três destaques da safra. Apesar de não ser uma composição ruim, havia melhores na disputa. Mas se a escola optou por este, com certeza tem suas razões, visando um samba apropriado ao desfile.

Pela gravação pode-se perceber que ao vivo o samba fica melhor. Em ritmo de avenida deve se destacar bem mais já que à primeira vista não possui nenhum momento explosivo ou marcante. De um ponto de vista técnico o samba é correto. Possui boa melodia e letra bem feita, mais complexa em algumas partes devido à grande quantidade de termos africanos. Tenho minhas dúvidas quanto ao trecho "sou eu, o sangue do Brasil", pois apesar da partícula "do" existir na letra, não é cantada pelo intérprete. Também me incomoda um pouco a grande quantidade de repetições da palavra "sou" ao longo do samba. Mas no todo é uma obra boa que tende a crescer.

A escolha do samba-enredo é crucial para a Alegria já que ela será a primeira agremiação a desfilar no grupo de Acesso A. É uma tarefa difícil já que a avenida ainda estará mais vazia e o público estará "frio". Por isso é fundamental um samba de cadência mais animada. O enredo da Alegria é "Os Doze Obás de Xangô". A agremiação de Copacabana volta ao grupo A depois de ficar quatro anos no Acesso B e tentará o feito inédito de chegar ao grupo Especial.

ALEGRIA DA ZONA SUL - 2011





Compositores: Alexandre Alegria, Telmo, Adelson, Vagner Silva e Serginho Gama

Ôôô
A voz que ecoa na pedreira
Kaô! É de Xangô, o rei de Oyó
Pai da justiça e da igualdade
É fogo, é trovão da liberdade
Sou eu! Escrevi minha história
Louvando aos deuses em rituais
Sou eu! O sangue do Brasil
Por ti derramado
Predestinada a te amar
O vento que me trouxe é o perdão
A fé que propago veio de além mar
Sou a sacerdotisa, África batiza
Minha devoção
Eu sou a Yobá Biyí, filha dessa nação

Os alabês vão tocar
Para os doze obás no xirê
Agô meu povo da gira
Rei Xangô na cangira
Kaô Kabecilê

Ilê axé opô afonjá
A luz do divino irá conduzir
O legado dos meus sucessores
Zeladores da suprema missão
E o vento que sopra a vida
Eleva a alma e o sentimento
E toda força do okê okê
É o bendizer do firmamento

Meu manto tem axé
O branco é paz! Vermelho é guerreiro!
Sou Alegria nesse Alujá
Fé e proteção de Obatalá